04/09/2015 - CÂMBIO EM ALTA, REAJUSTE DO GÁS, INDÚSTRIA EM QUEDA




O aumento recente do botijão de gás foi de 15%, o que não se esperava com a queda do preço do barril de petróleo, mais a taxa de câmbio atingindo R$3,76, mantida hoje, a maior cotação desde dezembro de 2002, indicam que as repercussões inflacionárias serão para cima. O IPCA de agosto está sendo esperado em 0,25% e o de setembro de 0,50%, o que colocaria a inflação estabilizada em 9,5%. Esperava-se neste segundo semestre, que a projeção da inflação seria de recuar deste último número. Pelo agora sentido, muito provavelmente não irá, fechando o ano mesmo em torno de 9,5%, além de viés de alta. A produção industrial, segundo o IBGE, até julho, já recuou 5,3%. Em relação ao mesmo mês do ano passado a retração é de 8,9%, na 17ª queda consecutiva. Em dois anos, a redução da produção industrial está em 14%. Para 2015 é esperado recuo de 7,1%. Segundo Miriam Leitão, no jornal o Globo de ontem: “Com o encolhimento generalizado, a queda dos investimentos, que fica claro no recuo de 20% dos bens de capital e na diminuição do consumo, que não poupa nem a indústria de alimentos, o BC tinha bons argumentos para manter as taxas de juros de 14,25%. Até porque o aperto monetário não se dá apenas quando se elevam as taxas, mas quando elas são mantidas em um nível alto pelo tempo necessário”. Mas, será que ficará em 14,25%? Ou de que recuará, depois das citadas repercussões? Uma correção e uma explicação sobre “o recuo de 20% dos bens de capital”. Na verdade, houve uma queda recorde de 27,8% na produção de bens de capital em julho, perante igual mês do ano passado, sem precedentes, na série iniciada em 2003 pelo IBGE. Ademais, os resultados da indústria em agosto também parecem que foram de queda.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) sempre se pronuncia depois de fatos ocorridos e comentados pelos principais agentes econômicos nacionais. Na reunião do G-20, que se iniciou ontem na Turquia, referiu-se ao fato de que a moderação no crescimento da China também está afetando a América Latina. Porém, no caso brasileiro, a economia se contraiu mesmo, nestes oito meses, em ritmo mais profundo do que o esperado, por conta da contínua queda de confiança dos empresários e do recuo dos consumidores, preocupados com a piora do ambiente político.

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