10/09/2015 - PERDA DO SELO DE BOM PAGADOR
A agência de classificação de
risco Standard & Poor’s (S & P) rebaixou ontem a nota brasileira,
perdendo a condição de bom pagador, perante a economia mundial. Em 2008, o
Brasil foi reconhecido como país que cumpre seus compromissos, ficando considerado
como de risco baixo, fato que agora se reverteu. São três as agências de risco.
A citada, a Moody’s e a Fitch. A Moody’s classifica ainda o País com grau de
investimento, apenas a um passo para perder o selo de qualidade. A
classificação da Fitch está dois graus acima da condição de bom pagador. Referidas
agências são consultadas por grandes financistas e por fundo de pensão. Ao
rebaixar a nota, a S & P encareceu o crédito brasileiro e o dificultou,
chamando-o de grau especulativo, visto como de maior risco para dar calote. O
Brasil passou a ser avaliado como a Rússia, que sofre bloqueio econômico, a
Turquia, dentre outros. A nota deixou de ser BBB – para BB+, mediante viés
negativo. A classificação serve para diferenciar os bons dos maus pagadores. É
possível que reduza o fluxo de dólares para o País e esta moeda ficar mais cara
ainda. A agência S & P é poderosa,
dado que ela tem seu próprio índice da bolsa de Nova York, o S & P-500,
congregando informes das 500 maiores multinacionais.
O comunicado da citada agência
coloca a possibilidade de o País enfrentar três anos seguidos de déficit e dívida
crescente. A S & P citou a falta de habilidade governamental ao enviar um
orçamento deficitário ao Congresso. Ou seja, transferindo o problema de
organizar a contabilidade nacional, nos termos da Lei da Responsabilidade
Fiscal. Ou seja, admitir a hipótese de gastar mais do que arrecadar, além de
não provisionar recursos para pagar pelo menos os juros da dívida pública. Poucas
horas antes do anúncio, a Presidente Dilma afirmou que estava refazendo o
orçamento para ter um superávit primário de 0,7% do PIB.
É isso mesmo. A gestão da presidente
é vacilante. Cria fatos desagradáveis para si mesmo, voltando atrás na questão
fiscal como visto acima, além de “fritar” seus ministros, tal como está fazendo
com Joaquim Levy, que, também não sai da cantilena e faz declarações
impopulares, tal como a mais recente, de que a equipe econômica estuda mais
tributos, bem como de elevar as alíquotas do imposto de renda. Seus ministros da
área econômica se dizem surpresos com a mudança da S & P, procurando
minimizar o fato, bem diferente de como o governo do PT comemorou em 2008.
Enfim, a recessão se prolonga e
deixa cada vez mais o governo, alias os governos, visto que Estados e
municípios se encontram também em sérios apuros.
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