05/09/2015 - SINAIS TROCADOS
A gestão da presidente Dilma
tem-se mostrado contraditória até agora (2011-2015). Sim, há esperanças de que
ela mude, para que o País volte a crescer. Mas, hoje, está se aprofundando a
recessão, caminhando na faixa de – 2% a – 3%. Perante isto, a popularidade da presidente
Dilma é das mais baixas, por volta de 7% de ótimo a bom. A propósito, o seu
próprio vice-presidente, Michel Temer, declarou que o seu governo não resistiria
a mais três anos e meio com tão baixa popularidade, em declaração a empresários
(dia 3 deste mês).
Relembrando as principais
contradições ou ações com sinais trocados. A primeira foi a de reduzir a taxa
básica de juros em 5%, em um ano, de 2012 a 2013, voltando a elevá-la, em torno
de 7%, em dois anos, visto o erro cometido, já que a inflação saiu do patamar
de 5% para dobrar, praticamente hoje em 9,5%. A segunda foi resolver lançar uma
medida populista de reduzir a conta de luz por volta de 20%, em 2013. Admitindo
o erro, em 2014/2015, já aumentou a referida conta em média 50%. A terceira foi
começar o segundo mandato (2015-2018) com uma política econômica ortodoxa, com
o fito exclusivo de controlar a inflação, ao contrário da política econômica
heterodoxa do primeiro mandato (2011-2014), que subsidiou o consumo, via
redução de tributos e a empresas privilegiadas com crédito a juros muito abaixo
do mercado, além de desonerações tributárias para segmentos empresariais
escolhidos. A quarta foi a de esconder até as eleições o déficit primário das
contas públicas, somente o assumindo no final de 2014, estando suas contas sobre
suspeição no Tribunal de Contas da União, que poderão ser julgadas em outubro
próximo. A sexta foi ter criado o 39º ministério, como a Secretaria da Micro e
Pequena Empresa (MPE), na qual colocou Guilherme Afiff Domingos, que defendeu,
até com sua presença na Câmara, projeto que reduz a carga tributária das MPE, o
que poderá ocasionar perda de R$12 bilhões de receitas. A esse respeito a
Receita Federal declarou, agressivamente, que considera medida prejudicial ao equilíbrio fiscal. A
sétima foi ter escolhido para Ministro da Fazenda do segundo mandato o ortodoxo
Herbert Levy, para promover o ajuste fiscal. Porém, deixando de reduzir
ministérios e cortar as despesas públicas excessivas, atendendo ao heterodoxo
Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Houve, então, choque frontal entre
eles. Mesmo assim, enviou ao Congresso o orçamento parra 2016, contendo déficit
primário de R$30,5 bilhões, fato este que acontece pela primeira vez na
história brasileira. Nos últimos dias tem a presidente Dilma afirmado que Levy
fica no governo, para perseguir superávit primário. A oitava foi ter uma
atitude autoritária com os parlamentares, além dos muitos equívocos cometidos e
suas declarações que não fazem lógicas, nem sentidos, perdendo o apoio da
maioria dos congressistas, tendo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, rompido
com seu governo e lançando sempre pautas-bomba (aquelas que geram mais despesas
e contrariam a gestão do Executivo). O presidente do Senado, Renan Calheiros,
afrontou-lhe também ao devolver certa medida provisória, para ser transformada
em projeto de lei, coisa que aconteceu somente pela segunda vez na atual
República (1985 até hoje), dentre centenas delas, que deveriam ter caráter de
urgência, mas se transformaram em poder quase imperial do Executivo.
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