13/09/2015 - FREIOS DO PROGRESSO




A política econômica ortodoxa parte dos princípios de que se devem reduzir as velocidades, vistas como aquelas que desequilibram o sistema econômico, causando sérias distorções, tais como inflação alta e moeda estrangeira cara, para depois a economia subir de forma consistente. Portanto, as origens dos desequilíbrios estão exclusivamente na esfera monetária, para aqueles defensores de que, na sua atuação, o progresso retornará na esfera produtiva. O Plano Real (1994) editou a política de estabilização monetária, com 21 anos em vigor, na época, a moeda real foi praticamente equiparada ao dólar. Contudo, devido à inflação brasileira ser maior do que a inflação dos Estados Unidos, mais reais são pagos por dólares. Porém, se a moeda local estiver valorizada o progresso é visível. Ocorrendo o seu contrário, o perigo é de o dólar disparar. Aconteceu isto em 2002, quando os agentes econômicos precificaram “o efeito Lula”. Isto é, caso Lula se elegesse. Ele se elegeu. Porém, manteve a política econômica da era FHC e contou com o excelente desempenho das commodities. O Brasil deslanchou na década passada. Então o aquecimento da economia mundial chegou ao auge no final de 2008. Em 2009, houve um pequeno ajuste, ficando o País estagnado. Em 2010, a era Lula culminou com o maior crescimento das últimas décadas, de 7,6%, quando a economia brasileira foi movida aos grandes estímulos financeiros ao consumo e para alguns segmentos capitalistas privilegiados. Grande parte dos capitalistas nacionais se sentiram prejudicados e ingressaram na ciranda financeira, ao invés de continuarem mais atuando na esfera produtiva, ao tempo em que as expectativas de crescimento do consumo se esgotaram. A presidente Dilma não percebeu isto e agudizou as contradições com sua política econômica heterodoxa. O Brasil ingressou na faixa de baixo crescimento, a máquina pública inchou, chegando a 2015 sendo necessário o ajuste fiscal, em curso, ingressando a economia em forte recessão, somente se equiparando há 25 anos, em 1990.

Na atualidade, o dólar então disparou e ultrapassou os R$4,00 de 2002, contribuindo também para que a inflação esteja muito alta. Associado a isto, a hecatombe que acontece na Petrobras há mais de um ano e meio, mediante investigações de propinas identificadas na operação Lava-Jato, fizeram com que sua cotação acionária regredisse ao início da era Lula. Enfim, a era do PT parece acabar, principalmente pelo rebaixamento da nota do Brasil, para o grau especulativo, pela agência de risco Standard & Poor’s. Portanto, está o governo da presidente Dilma em duas opções: continuar emergindo ou fazer as reformas econômicas indispensáveis à retomada do crescimento, quiçá, fazendo planejamento de longo prazo.

 

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