31/07/2015 - REFLEXÃO ORTODOXA DA SELIC




Na quarta feira, dia 29 deste, o Banco Central (BC), através do COPOM, aumentou a taxa básica de juros, a SELIC, em 0,5%, passando a 14,25% anuais. Isto encarece ainda mais o pagamento da dívida pública, o que parece uma irracionalidade, por que se cresce o montante dos juros e o estoque do endividamento, preocupando principalmente as agências de risco internacionais, visto que isto compromete o grau de confiança no pagamento de dívidas vincendas, mas, sob o ponto de vista ortodoxo, irá fazer inibir investidores e consumidores e, por isso, a inflação poderá recuar, no ano que vem. A elevação de juros básicos da economia não traz impactos no curto prazo, mas nos próximos meses. Não incorre imediatamente em efeitos, tal como é a cobrança de impostos, após a sua determinação. Em quatro reuniões do COPOM, em 2014, de março a setembro, a taxa SELIC ficou estável por 135 dias em 11%, quando os aumentos anteriores tinham sido de 0,25%. Porém, como a inflação recrudesceu bastante no período, ele voltou a aumentá-la em uma primeira dose de 0,25%, mas se convenceu de que era pouco. Passou a fazer doses dobradas, isto é, 0,5% por reunião, por mais seis reuniões consecutivas. Portanto, em sete reuniões a SELIC subiu 3,25%. Uma elevação que recolocou o Brasil praticando a maior taxa de juros real do mundo e a segunda maior taxa nominal de juros, de 14,25%, somente inferior aos 15% da Rússia, que é único dos grandes emergentes do chamado BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, que perdeu o grau de investimento.

Em decisão unânime do COPOM, ficou claro que a taxa de 14,25%, a maior, em nove anos, desde agosto de 2006, poderá permanecer por muito tempo, segundo eles. Isto pode levar a interpretar-se que não irá aumentá-la em próximas reuniões, visto que o Banco Central está convencido de que,  no ano que vem, a inflação convergirá para o centro da meta de 4,5%, acreditando no que os cem analistas consultados semanalmente pelo BC afirmaram na última reunião, de que a SELIC em 2016 será de 5,4%. Esta é a reflexão ortodoxa da SELIC. Acontecendo isso, então é que os ortodoxos irão estimular o crescimento econômico. A propósito, foi justamente em 2006 que a inflação fechou o ano em 3,12%, a menor taxa auferida pela era do PT, em mais de doze anos.

As perspectivas de duas reuniões da SELIC em 2015 são as de que ela fique estável, sinalizada pelo BC. De que aumente mais 0,25%, para alguns analistas de mercado consultados pelo BC. Para poucos, o       Copom irá elevá-la até o final deste ano em mais 0,5%. Realmente, a recessão deste ano será carregada para o próximo ano. A questão é se tomará ou não todo o exercício vindouro.

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