11/07/2015 - TROPA DE ELITE DA REVISTA EXAME
Ao longo de 42 anos a revista
Exame considera a tropa de elite da economia brasileira as 1.000 maiores e
melhores empresas. Portanto, os resultados delas são o que de melhor se tem em
termos de indicadores. Em seguida, os números das 1.000 selecionadas são
colocados nos 500 firmas cabeças de grupos econômicos mais fortes, cujos
resultados têm sido melhores ainda. Daí são classificadas de 1 a 500, assim
como selecionadas do 1º ao 10º. Portanto, em todos os resultados do PIB em 42 anos,
o das 500 empresas é maior do que o brasileiro. Em 2014, a economia esteve
estagnada com PIB se alterando em quase nada, 0,1%, em relação a 2013. O PIB
das 500 maiores empresas do Brasil se elevou em 2,1%, perante 3,9% em 2013, sendo
a queda na sua taxa média de lucro de 34%, no período em referência, o pior
resultado desde 2002. O desafio proposto é encarar mais um ou dois anos de
tempos difíceis. Reduzindo a 200 maiores grupos brasileiros, eles conjuntamente
faturaram menos do que os três maiores grupos dos Estados Unidos, conforme
ranking da revista Fortune.
Sob o impacto da operação
Lava-Jato, de investigações de desvios de recursos da Petrobras, atingindo
principalmente as empreiteiras, a própria empresa, fornecedores, grande parte
da população, sem atingir ainda os grandes políticos nacionais, a revista
constatou que houve retração de 24% da indústria da construção civil em 2014. A
Petrobras se manteve líder absoluta por receita líquida, criação de riqueza,
mas perdeu para outras empresas indicadores de proa em que antes figurava. As
gigantes da indústria automobilística tiveram retração de 17,5% nas vendas em
2014, porque não contaram mais com subsídios governamentais. As 400 maiores empresas do agronegócio
obtiveram crescimento das receitas e reforçaram os lucros, único segmento em
que cresce a produtividade, em forma admirável de 4% no ano passado. Livres de
represamento das tarifas, as empresas do segmento elétrico foram as que mais
ampliaram as receitas no exercício passado. As 100 empresas que mais investiram
no País em 2014 aplicaram US$51 bilhões, valor 4% inferior ao do ano anterior.
Chama também a atenção o fato de que no Brasil, três dos dez maiores grupos são
bancos; Itaú, em 1º; Bradesco, em 2º; Santander, em 6º.
Os dados de 2015 virão piores do
que os de 2014. Na carta ao leitor a revista Exame concluiu: “Ao longo de seus
42 anos, MELHORES E MAIORES tem acompanhado a evolução das companhias
brasileiras. Não faltaram momentos de adversidades, como os choques do petróleo
dos anos de 1970, a hiperinflação da década de 1980, o apagão de energia de
2001 e a crise financeira global de 2008, para citar alguns. Em todos esses
períodos conturbados, as empresas brasileiras sofreram – muitas ficaram pelo
caminho -, mas as que sobreviverão saíram fortalecidas. Hoje temos um grupo de
empresas – ainda pequeno, é verdade – que não ficam atrás das melhores do mundo
em termos de eficiência e gestão. Temos também recursos abundantes, um mercado
de consumo imenso, uma democracia estável, um Judiciário atuante e uma
população cada vez mais consciente dos seus direitos. São alguns dos fatores
que nos levam a acreditar que, mais uma vez, vamos virar a página e seguir em
frente”.
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