07/07/2015 - PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO EMPREGO




A estimativa do Banco Central, após ouvir cem instituições financeiras, na semana passada, mostrou pela 12ª a elevação da perspectiva da taxa inflacionária, agora estimada em 9,04%. Isto é indício de que o COPOM irá elevar mais uma vez a taxa básica de juros, a SELIC, aprofundando ainda mais a inflação. Talvez, uma notícia que é razoável supor, de que a inflação cederá em 2016, visto que os projetistas reduziram sua expectativa de 5,5% para 5,45%, pela primeira vez, nestas doze semanas. Agora, a ilusão do governo ainda existe, de atingir a meta inflacionária de 4,5% em 2016.

Perante o quadro acentuado de desemprego crescente, cuja redução líquida de postos de trabalho poderá alcançar um milhão de empregos em 2015, já foram desempregados 240 mil pessoas no primeiro semestre, o governo lançou ontem o Programa de Proteção ao Emprego, no qual os empresários reduziriam as horas trabalhadas e salários em 30%. No entanto, a perda máxima para o trabalhador será de 15%, já que os outros 15% serão cobertos pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador. Os sindicatos patronais e dos trabalhadores da indústria automobilística concordaram com a medida provisória, editada ontem, sobre referido programa. O pronto atendimento do governo federal se deve ao lobismo dos citados sindicatos, bem como de acordo com as mais fortes centrais sindicais, visto que a produção de veículos recuou 18,5% no primeiro semestre do ano e poderá recuar ainda mais até o final do exercício. Portanto, a proteção ao emprego está sendo dirigida principalmente à indústria automobilística, onde os salários médios podem variar entre R$4.000,00 a R$5.000,00. A solução é paliativa e demonstra a incapacidade de retirar logo a economia da recessão, hoje se acreditando que poderá durar no mínimo dois anos, quando poderá iniciar a recuperação no último trimestre do ano que vem. Além do mais, beneficia as categorias dos trabalhadores mais bem pagos e protegidos, como tem sido a regra.

Enquanto isto, a caderneta de poupança em junho teve saque de R$6,26 bilhões, alcançando no semestre R$38,54 bilhões. Trata-se do maior saque corrido desde 1995. O desemprego e o endividamento estão levando a que as pessoas saquem de suas cadernetas. Sem dúvida, foram os mais pobres que dela se socorreram.

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