05/07/2015 - CERCO FECHANDO
Na pesquisa do IBOPE de meados de
junho, a presidente Dilma teve seu governo considerado ruim ou péssimo por 68%
dos 2.002 entrevistados, conforme critérios estatísticos dignos de fé. Sarney,
na sua fase mais baixa obteve 64%; Collor, que renunciou, mas também cassado,
obteve 59%; FHC, 52%; Itamar, 40%; Lula, 32%. Portanto, é o mais impopular
presidente da Nova República (1985-2015), segundo pesquisas do IBOPE, somente
considerada como ótima ou boa por 9%. Isto a torna fraca e ao seu governo com
somente 11% de semelhante conceito.
Em depoimento na seção de
Economia da revista Veja, desta semana, Francisco Dornelles (PP-RJ), que foi
indicado pelo primo Tancredo Neves para Ministro da Fazenda, tendo permanecido
cerca de um ano no governo Sarney (1985) como tal, hoje aos 80 anos, é o
político do Congresso Nacional dos mais consultados no País e faz parte da base
aliada. A síntese do seu pensamento é a de que “os erros deste governo nos
levaram a uma das maiores crises que já presenciei na história brasileira”.
Acerca da sua síntese: “OS EQUÍVOCOS DE DILMA – Acho a presidente séria e
compreendo a complexidade de governar um país como o Brasil, mas ela precisa
entender que errou muito e é também responsável pelo que está acontecendo. Olhe
as pedaladas fiscais que fez para acobertar o déficit público. Não se pode
entregar um resultado negativo e dizer que é positivo. E no setor de petróleo?
Abandonar o sistema de concessão e adotar o regime de partilha é quase
reestatizar a exploração, um retrocesso enorme. Em minha opinião, o caminho
deveria ser justamente o oposto: privatizar setores como refinarias e até a BR
Distribuidora em prol da eficiência. Dilma centraliza demais as decisões. Esses
são equívocos que nos levaram a uma das maiores crises financeiras que já
presenciei na história brasileira”. Ele não levou em consideração ainda os
erros na área de energia elétrica, reduzida por ela em 20%, em 2013, mais já elevada
em um ano, 2014-2015, por volta de 58%; naqueles detectados pela operação Lava-Jato,
de desvios de fortes recursos da Petrobras, para propinas de empreiteiros,
fornecedores e políticos, onerando demais a empresa, ao ponto de deixá-la em
forte crise internacional; ou, pela redução em um ano da taxa SELIC em 5%, a
qual, reconhecida como erro, já recuperou muito mais do que os 5% que reduziu e
ainda vai elevar mais ainda a taxa básica de juros, a SELIC, hoje em 13,5% ao
ano, visto que a inflação não parou ainda de subir, estando já por volta de 9%
anuais; déficit fiscal depois de 18 anos de superávit e déficit crescente na
conta corrente do balanço de pagamentos; dívida pública que saltou de 53%, em
2010, para 63%, em 2014, ocasionando ameaças ao País de perder o grau de
investimento internacional.
A economia brasileira continua
indo de mal a pior. Ainda não chegou ao ponto de parar para depois melhorar.
Enquanto isto, dez dias depois do prazo para justificar-se dos déficits
governamentais do ano de 2014, perante o Tribunal de Contas da União, faltando,
portanto, vinte dias, encontram-se mais fortes os sentimentos de que ela poderá
sofrer processo de impedimento de governar o Brasil ou de que poderá renunciar.
Face ao exposto, nem mesmo a ida
da presidente aos Estados Unidos, pelo pouco que trouxe até agora, melhorou a
sua imagem de tirar a economia do nível do poço em que se encontra.
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