21/07/2015 - CORREÇÃO DE EXCESSOS ORÇAMENTÁRIOS




Seis meses depois, tentando resgatar a credibilidade da economia brasileira, Joaquim Levy, Ministro da Fazenda, fica cada vez mais solitário, visto que o seu colega do Ministério do Planejamento, Nelson Barbosa, já falou em flexibilizar a meta de ajuste fiscal a que se propuseram. A presidente Dilma reiterou que a meta está mantida. A queda de braço entre a presidente Dilma com o Congresso somente permitiu realizar até agora parte do ajuste fiscal. Não chegou nem à metade do que gostariam de fazer, inicialmente proposto para 0,6% do PIB. Ou seja, R$66 bilhões. Não passou até agora no Congresso o projeto de desoneração da folha de pagamentos das empresas, o qual pode contribuir com R$25 bilhões, o valor mais expressivo do anunciado pacote. Os cem formadores de projeções consultados, semanalmente pelo Banco Central, reforçam o temor de que a recessão se estenda até o próximo ano. Eduardo Gianetti da Fonseca, economista ligado à Marina Silva, traça o cenário de recessão nos quatro anos da presidente Dilma. Amanhã finda o prazo de 30 dias para que o Planalto explique ao TCU as “pedaladas” na execução orçamentária de 2014. O relatório irá ao plenário do TCU. Mas, como o Congresso está em recesso, provavelmente, o relatório do TCU somente será apreciado no dia 4 de agosto próximo.  Na semana passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha rompeu com o governo central, afirmando que “tem um bando de aloprados no Planalto”, insinuando que poderia abrir o processo de impeachment da presidente, no caso de receber pedido de processo. O presidente do Senado, Renan Calheiros, discorda frontalmente do Planalto em muitos projetos. O fato é que os presidentes das duas Casas também estão sendo investigados na operação Lava-Jato da Petrobras. Assim, os dois poderes não estão se entendendo, gerando desconfiança dos investidores e a recessão se aprofunda. Enfim, a crise política tem atrasado as medidas de ajuste fiscal, elevando os custos sociais.

Dessa maneira, muitos já não acreditam que haverá só corte de gastos, tal como o Banco Santander, cujo economista Rodolfo Margato, em palestra em Salvador, declarou que o governo deverá aumentar impostos, seja criando novo, a referência é o falado Imposto sobre Fortunas ou sobre as isentas Letras de Crédito, assim como elevando alíquotas dos existentes.

 A pesquisa semanal do Banco Central (BC), informativo Focus, mais uma vez trouxe recuou na taxa prevista de crescimento para 2015, na semana passada estimada em – 1,5% para retração de – 1,7%. Há já projetistas consultados pelo BC, calculando um recuo de – 2,5% para este ano. Por outro lado, a inflação estimada pelos analistas consultados também subiu, para mais de 9% neste exercício. A empresa Transportes Aéreos Meridionais (TAM) informou que reduzirá em 10% as operações no mercado de viagens, desempregará 2% da sua força de trabalho, já que acredita que o PIB regridirá entre 2% a 4%, neste ano.

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