20/07/2015 - ÍNDICE DE CONFIANÇA DA INDÚSTRIA




A variação do Índice de Confiança da Indústria (ICI) chegou a um número menor desde o ano de 1999, data de início da pesquisa. Depois de dois meses estável, o pessimismo dos empresários da indústria aumentou neste julho.  O ICI é calculado pela Confederação Nacional da Indústria, mensalmente, na perspectiva dos próximos seis meses. Na escala de zero a 100, ele está em 37,2 pontos. Valores abaixo de 50 pontos vêm a indicar a falta de confiança dos empresários de quase todos os segmentos industriais e de diferentes tamanhos de firmas. Não sem motivo, no mês passado, houve destruição líquida de 111.199 postos de trabalho, sendo o pior indicador no mês de junho da história, cuja série foi começada em 2006. De 2006 a 2014 houve criação líquida de emprego em todos os anos.

Em dez anos, a indústria tem recuado cerca de 1% do PIB ao ano. Era de mais de 14% e hoje se encontra em 12% do PIB, nos últimos quatro anos. A indústria já alcançou 25% do PIB em 1985. O agravamento do problema manufatureiro se deve à perda de competitividade, enquanto países grandes emergentes têm crescido, mediante agressividade na elevação da sua produtividade industrial, a exemplo da China e da Índia. Por trás do definhamento industrial está o sistema educacional falho, o aperto tributário de 36% do PIB e o chamado custo Brasil, decorrente de uma deficiente logística com transportes em portos, rodovias, estradas, ferrovias, aeroportos e na mobilidade urbana.

A respeito da educação é preciso que os cidadãos mais capacitados pela ciência, mestres e doutores, os quais cerca de 80% estão nas faculdades, em regime de dedicação exclusiva, venham trabalhar nas empresas. Na Alemanha e nos Estados Unidos existem 80% de cientistas nas empresas e lá as economias estão sólidas e mais fortes do que na década passada. Os currículos dos diferentes níveis de ensino têm que ser enxutos e cada vez mais para unir a teoria à prática. Enfim, é preciso melhorar o ambiente geral de negócios.  Fazer planejamento econômico de longo prazo e as reformas estruturais que o País tanto necessita. Prometidas pelos últimos governos, mas que param no Congresso Nacional. É preciso destravá-las.

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