09/07/2015 - NOTÍCIAS BOAS, NOTÍCIAS RUINS




Em tudo há notícia boa, notícia ruim. O cotidiano é cheio disso em economia. O problema é o saldo numérico. Assim, a confiança do comércio tem primeira alta em oito meses, conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Já, segundo a consultoria Data Popular, elevou-se a insegurança do brasileiro em consumir. A CNC divulgou o Índice de Confiança do Empresário do Comércio, que interrompeu uma sequência de oito quedas e subiu 0,6%, em relação a maio. O rompimento da série negativa, iniciada em setembro de 2014, ocorreu devido à melhora na perspectiva para a segunda metade do ano em determinados segmentos de varejo. É natural sempre relativo otimismo, mesmo em recessão, para o final do ano. Entretanto, na comparação interanual, o índice manteve a tendência de queda, claro, por este ser um ano recessivo. A pesquisa da Data Popular, que ouviu 2.000 pessoas em 140 cidades, detectou que 25% dos cidadãos estão inseguros com suas finanças. Isto é, basicamente relativas à capacidade de pagar as contas e de manter o padrão de consumo. Em 2010, a prospecção anterior da consultoria revelou que eram 22% dos entrevistados. O detalhe de ambas as pesquisas é de que, quanto menor a renda dos pesquisados, maior a insegurança no consumo, fazendo postergação do mesmo. Em suma, o consumidor está mais seletivo. Não está consumindo por impulso.

A notícia boa e ruim ao mesmo tempo divulgada ontem pelo IBGE foi o IPCA de junho de 0,79%, perante 0,74% em maio. É o maior número desde junho de 1996 (maior em 19 anos). A inflação em seis meses atingiu 6,17%; em 12 meses, 8,89%. Em Curitiba rompeu os dois dígitos, chegando a 10,20% em 12 meses. Desta vez a inflação não foi puxada por alimentos, mas puxadíssima pelos preços administrados pelo governo de 11,7% em doze meses. Porém, a fraqueza da economia está ajudando a inflação não subir muito, em geral. Poderá até a recuar, desde que os governos parem de elevar os preços administrados. Portanto, os cem analistas financeiros consultados semanalmente pelo Banco Central estão apostando em inflação de 5,45% em 2016. Para isto, esperam ainda uma elevação de 0,5% da taxa básica de juros, a SELIC, ou, de duas elevações de 0,25% nas próximas reuniões, fechando o ciclo de alta das taxas SELIC neste ano, sinalizando com reduções da SELIC no próximo ano.

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