31/01/2015 - DÉFICIT PRIMÁRIO
Depois de 18 anos, existe déficit
primário do governo federal de mais de R$17 bilhões, o maior déficit da
história, qual seja o desempenho conjunto do Tesouro Nacional, Previdência
Social e Banco Central. Isto é, o governo gastou mais do que recebeu. O
resultado imediato levou ao forte aumento da dívida pública bruta de 56,7% para
63% do PIB. O buraco no ano chegou a R$17,2 bilhões, o qual será ampliado com o
resultado dos déficits consolidados de estados e municípios, cujo cálculo
poderá chegar a um rombo de R$20 bilhões. A principal causa do déficit ocorreu
pelas desonerações de tributos no ano passado, a alguns segmentos escolhidos,
tais como aquisição de veículos novos, únicos que mantiveram até o fim de 2014
os subsídios, na compra de eletrodomésticos da linha branca e em materiais de construção,
de mais de R$80 bilhões, cujo propósito do governo era de que deveriam ampliar
o investimento, a produção e o consumo. Ocorreu o contrário e o governo recuou,
retirando os subsídios neste ano. Pior, está tendo de elevar tributos, tais
como IOF, PIS/COFINS e CIDE.
No início de 2014, a equipe
econômica prometeu superávit fiscal de R$99 bilhões, o qual deveria ser usado
para pagamento de juros da dívida pública. A promessa estava em linha com
seguir o caminho de obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal. O ocorrido teria
sido caracterizado crime de responsabilidade, visto que, pela citada lei, o
governo não pode descumprir a lei orçamentária anual. Porém, no apagar das
luzes de 2014, o Congresso Nacional aprovou uma lei que permitiu considerar
como “receitas” a renúncia das citadas desonerações de mais de R$104 bilhões,
mais os gastos do Programa de Aceleração do Crescimento, de R$47 bilhões. Como resultado
o Brasil fechou o ano com superávit fiscal. Isto tem sido criticado
internacionalmente por tratar-se de práticas contábeis condenáveis.
Não tem sido coincidência que, em
ano eleitoral, os gastos públicos tenham crescido 12% e as receitas tivessem
incremento de 3%. No caso, o custo foi de vários bilhões de reais, enquanto os
gastos da campanha política para a reeleição, também o maior da história, foi
de vários milhões de reais.
Enfim, nestes 31 dias der
janeiro, o recheio foi de notícias ruins. Somente duas boas, o desemprego
continua descendo e a nova equipe de política econômica é de austeridade com os
gastos públicos. Porém, deveria ser também na redução do número de ministérios.
Contudo, o preço está sendo muito alto, em relação se o ajuste começasse em
2014.
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