13/01/2015 - QUEDA POSITIVA COM O PETRÓLEO




Pode haver uma queda positiva com o petróleo? Pode sim. Refere-se à curva de demanda do petróleo. Quando o preço do barril de petróleo cair, a quantidade consumida de petróleo se elevará, devido ao fato de mais quantidade estar disponível para uso, principalmente por parte das empresas, a um preço menor, acelerando a economia global. Claro, os ganhos e as perdas por países se dão de forma diferenciada. Nessa fase do ciclo, ganharão mais aqueles que importam e ganharão menos aqueles que exportam. Dos últimos seis meses para cá, o preço do barril caiu de cotações acima de US$100.00 para abaixo de US$50.00. Bom número de analistas internacionais acredita que ele pode recuar a cerca de US$40.00, sem perspectiva de retorno a forte patamar nos próximos meses, haja vista que, quando ele estava acima de US$100.00, viabilizou novas fronteiras de produção, tais como a do xisto dos Estados Unidos, a das areias betuminosas do Canadá e a do pré-sal do Brasil. Logo, essa ampliação da oferta dos últimos anos, num quadro de baixo crescimento econômico, para muitos países, desde 2008, fizeram com que o incremento da quantidade demandada diminuísse, revendo-se agora os preços para baixo, pelo excesso de oferta. Dessa forma, ainda, a tendência continua de queda. Projeções do Fundo Monetário Internacional dão conta de que o valor médio não voltaria a US$70.00 antes de 2020. Logo, a redução das despesas com combustíveis abre espaço para aumento do consumo e do investimento, sendo estes grandes impulsos para crescer.

No concerto das nações, a baixa dos preços do petróleo, segundo projeções da consultoria Oxford Economics, promoverá nova expansão mundial. Suas projeções são de que, se o barril situar-se por volta de US$80.00 o mundo tenderá a crescer 2015, algo como 2,9%. Se o barril estiver em torno de US$40.00 em 2015, o globo poderá crescer 3,3%. Os países importadores de petróleo, tais como China, Estados Unidos, Reino Unido, Argentina, Brasil, Alemanha, dentre outros, se beneficiarão bastante, em contraste com grandes perdas da Rússia, grande exportador, assim como da Venezuela, que subsidia em muito os preços internos, os quais poderão ingressar em forte recessão. Em seguida, por exemplos, perdas menores para a Noruega e Arábia Saudita. No caso brasileiro, mantida a estabilidade econômica, isto é, a equipe econômica atual mostrar eficácia, a previsão da citada consultoria é de, se um barril de petróleo a US$80.00, o crescimento do PIB poderá ser de 1,6%. Já a US$40.00, poderá ser de 2,2%, em 2015. No caso do atual cenário de incerteza, quando não foram tomadas ainda as medidas de política econômica no sentido proativo, os 100 analistas consultados pelo Banco Central, consoante informes do boletim Focus, ontem divulgado, estimam para 2015 um pífio crescimento do PIB de 0,5%. Como a pesquisa do referido boletim é semanal, no caso de ser eficiente a atual gestão, os analistas irão melhorando a taxa em referência e vice-versa.

Quanto ao pré-sal, ele continuará de forma mais comedida, visto que é uma exploração de longo prazo. Poderá trazer melhores resultados, na medida em que cresça a sua produtividade. Aquela fantasia de 2007, quando Hugo Chávez acenou que o Brasil seria grande exportador de hidrocarbonetos, está desfeita.

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