27/01/2015 - CAPITALISMO DE ESTADO TUPINIQUIM
Criado há 35 anos, há 12 anos no
poder, o PT idealizou um governo de coalizão, mediante cooptação de cerca de 17
partidos políticos, no rol de 32, repartindo cargos públicos, com o fito de
manter a maioria no Congresso Nacional, visando aprovar seus projetos, que hoje
estão claros, na formação de um Capitalismo de Estado Tupiniquim. Ou, conforme
o livro “Reinventando o Capitalismo de Estado”, autores Aldo Musacchio e Sérgio
Lazzarini, Editora Companhia das Letras. De um lado, para grande contingente da
população, em torno de metade dela, ampliando políticas sociais, tais como
recuperação do poder de compra do salário mínimo, através de ganhos reais, além
de elevação dos benefícios da Previdência Social e da grande amplitude do
Programa Bolsa Família. Sem dúvida, melhorou o padrão da distribuição de renda,
conforme redução do índice médio de Gini, saindo da casa de 0,6 para 0,5 (o
coeficiente varia de zero, completa igualdade, para a unidade, completa
desigualdade). Melhorou, mais o Brasil ainda é um país muito desigual, dentre
os dez mais desiguais. Por outro lado, as empresas estatais estão aí para
servir a esse governo, quando, como seu próprio nome indica, deveria servir ao
Estado. Dessa forma, conforme os autores do livro citado: “Os empréstimos do
BNDES são transferências de subsídios para empresas, sem quaisquer benefícios
em termos de melhora do desempenho ou do investimento. O BNDES não é um
hospital de empresas quebradas. Boa parte delas teria condições de se financiar
com recursos do mercado privado”. Semelhantemente, o Banco do Brasil, a Caixa
Econômica Federal e o Banco do Nordeste também financiam grandes capitalistas
que possuem dinheiro em caixa ou dispõem de crédito privado. Claro, tais
capitalistas tomam esse tipo de dinheiro subsidiado, a taxas de juros que
variam de 3% a 7%. Isso gera grande ciúme de milhões de capitalistas que não
são beneficiados pelo governo. Logo, eles retraíram investimentos e o PIB caiu
bastante.
O maior nó está acontecendo com o
avanço das investigações da operação Lava-Jato, que pode tirar mais fôlego da
já combalida economia brasileira, complicando ainda mais o segundo mandato da
presidente Dilma. As 23 empreiteiras envolvidas mantêm mais de 350.000 empregados,
fazendo parte substancial da construção pesada, a qual é responsável por 6% do
PIB. A Petrobras sozinha se propõe a investir R$70 bilhões neste ano. O que
acontecerá se as empreiteiras não continuarem com as obras, parte já
paralisada, assim como deixarem de contratar novas obras? Se a Petrobras for
condenada pelas investigações da bolsa de valores dos Estados Unidos? Se a
Petrobras paralisar seus investimentos? Por fim, se houver apagão? O qual já
existe de forma velada. Existe também aumento das tarifas públicas, em média,
de 30%. Elevação da taxa básica de juros. Apertos em direitos trabalhistas.
Cortes de despesas públicas de aproximadamente R$20 bilhões, principalmente de
R$7 bilhões em Educação. Elevação do IOF de 1,5% par 3%. Elevação do PIS/COFIS.
Retorno da alíquota positiva da CIDE.
Enfim, uma nuvem de fumaça encobre de forma
sombria o próximo triênio. Agora, é torcer pela equipe econômica ter autonomia
e o embrulho do petrolão ser solucionado. Mas, será em longo prazo. Portanto,
longo período de baixo crescimento do PIB é antevisto pelos projetistas
gabaritados, pelo menos, de estagnação por dois anos. O próprio FMI projetou também
estagnação neste ano, PIB crescendo 0,3% e 1,5% em 2016.
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