15/01/2015 - PRIVILÉGIOS ABSURDOS
Além de muitas tramoias, que são
feitas de forma velada, de corrupção corrente na burocracia, de ajuda de custo
de aluguel de mais de R$4 mil para magistrados, de verba de gabinete, que não
paga imposto de renda, para senadores, deputados federais, deputados estaduais,
27 governadores, 5.565 prefeitos e centenas de milhares de vereadores do Brasil
afora, centenas de suplentes de políticos, assumindo cargos, tais como no
Congresso Nacional os 42 substitutos assumiram, para receberem janeiro,
mediante verbas de gabinete, em pleno recesso do Congresso, horas extras em
recesso, dentre outros dezenas de procedimentos que assaltam os cofres
públicos. Agora mesmo privilégios absurdos estão no noticiário, causando
perplexidade, nos Estados de Roraima, da Bahia e no Distrito Federal.
A governadora de Roraima, Suely
Campos (PP), nomeou para os cargos de primeira linha administrativa, 19
parentes seus e de seu marido, o qual já governou o Estado. Irmãos, filhos,
sobrinhos, tios, dentre outros, compõem uma folha de pagamentos de R$398 mil
mensais, em um dos Estados mais pobres do Brasil. A gestora disse que fez tudo
normalmente, conforme a lei, visto que precisa de auxiliares diretos de
confiança, capacitação técnica e de eficiência, na sua visão. O Ministério
Público Estadual não moveu ainda nenhuma peça jurídica para moralizar o
ambiente regional. Não obstante a Ordem dos Advogados do Brasil desaconselhar
empregos de parentes até o terceiro grau, é possível encontrar nos demais
Estados cenas de nepotismo, na medida em que os dirigentes nacionais procuram
brechas na forma da lei para nomear, indicar, privilegiar parentes e amigos
diletos.
Na Bahia, em um dos últimos atos
do ex-governador Jacques Vagner, atual Ministro da Defesa, ele assinou decreto
instituindo segurança e transporte 24 horas, além de salário de aproximadamente
R$20 mil para cinco governadores, que cumpriram quatro anos corridos ou cinco
anos interrompidos. Em caso de morte do governador, a esposa recebe pensão
integral. Aliás, referido governador praticamente se locomovia no Estado de
avião ou de helicóptero na Capital, somente sendo batido em transportes aéreos pelo
ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
No Distrito Federal, o
ex-governador Agnelo Alves gastou uma fortuna de luxos no seu governo, principalmente
em acomodações, que ganhou grande estardalhaço na imprensa, na medida em que os
salários dos servidores de dezembro se atrasaram e até agora não foram pagos.
No último dia do seu governo, ele inaugurou 16 prédios do novo centro
administrativo, fazendo gastos extraordinários, sem equipamentos, sem internet,
forçou e conseguiu o “habite-se”. Ficou sem caixa. Não pagou então os salários
dos funcionários, terceirizados e viajou para os EUA. Este já está denunciado
pelo Ministério Público Estadual.
No Brasil um dos grandes avanços
é a Lei de Responsabilidade Fiscal. Porém, os governantes procuram artifícios
para fugir dela, a começar pela presidente da República, reeleita. Seu governo
não deveria ter suas contas aprovadas, visto que encerrou o ano com déficit
público real. No entanto, mediante pacto com o Congresso Nacional, quando
prometeu liberar verbas de emendas ao Orçamento dos Congressistas, no final do
ano obteve a aprovação de lei que lhe permitiu usar o valor dos subsídios dados
às empresas e dos gastos do Programa de Aceleração do Crescimento como
receitas, fechando o exercício com superávit primário. Quer dizer, o mau
exemplo vem de cima.
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