03/01/2015 - PÁTRIA EDUCADORA
No seu discurso de posse para o
segundo mandato, Dilma Rousseff disse que o lema da sua gestão será “Brasil:
Pátria Educadora”. Por que não foi no seu primeiro mandato? Por que era mais
importante o lema “Brasil sem miséria”. Não acabou com a dita cuja. Existem
muitos milhões de miseráveis no Brasil. Seu desempenho recuou para menos da
metade do governo anterior, ou seja, 1,585%, em média anual, de 2011 a 2014, em
relação à taxa média de 4% do crescimento do PIB da era de oito anos de Lula,
além de ela ter deteriorado as contas nacionais, abalando os fundamentos da
economia estabelecidos desde o Plano Real (1994).
A oposição, na pessoa de Carlos
Sampaio (PSDB-SP) referiu-se: “Dizer que vai priorizar a educação enquanto usa
a pasta para composição política mostra o total descaso com educadores e
alunos”. O assunto foi entendido pelo jornalista Merval Pereira, no jornal O
Globo: “Seria um bom mote para um governo renovador, se não fosse apenas um
achado propagandístico e refletisse um verdadeiro objetivo prioritário,
desmentido logo de cara, com a escolha do ex-governador Cid Gomes para o
Ministério da Educação, sem o menor contato com a área e sem projeto
educacional digno de nome. O improviso da escolha do ministro, que chegou a
recusar o cargo, indicando o quanto lhe importa a ‘pátria educadora’, mostra
bem que o projeto que a presidente Dilma anunciou ontem é oco de conteúdo, e
entra na lista de mais um dos muitos passes de mágica com que a presidente se
acostumou a ganhar eleições e a governar de boca para fora... “a prioridade das
prioridades, deveu-se apenas à necessidade de dar um lugar de destaque ao PROS,
um partido criado de improviso para dar abrigo à dissidência dos Gomes e
permitir que fizessem a campanha de Dilma contra a candidatura original de Eduardo
Campos, do PSB”.
A situação política, por exemplo,
ontem, em artigo de Paulo Alcântara Gomes, presidente da Rede de Tecnologia, no
jornal Tribuna da Bahia: “Foi muito boa a estreia do novo Ministro da Educação,
comentando que pretende ampliar o número de creches, instituir o tempo integral
na educação básica e também, não menos importante, promover a reforma do ensino
médio... Suas realizações no Estado do Ceará o credenciam para isso.
Entretanto, estas três propostas dependem muito pouco do Governo Federal, na
medida em que são atribuições dos Estados e Municípios e da disponibilidade de
orçamentos nos vários níveis de Governos, tornando-os capazes de financiar o
necessário aumento dos salários dos professores, de modo a restaurar a
dignidade da função docente na educação básica”.
No Brasil a educação pública é
dividida para Municípios realizar o Ensino Fundamental, para os Estados o
Ensino Médio e para o Governo Federal o Ensino Superior. Como o Fundamental é
tido pelo próprio MEC como ruim; o Ensino Médio como péssimo; e o Ensino
Superior como razoável. Aqui se emprega então a lógica: “tudo que começa
errado, termina errado”. Sem dúvida, o caminho que a presidente pode percorrer
como fez em quatro anos, de “composição política”, não é de deixar otimista
quem a vê assim. Especificamente, para o difícil problema da educação
brasileira, tem o maior sentido o anteprojeto do senador Christovam Buarque
(PDT, situação política), de federalização (unificação) do ensino público.
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