23/01/2015 - TUDO QUE NÃO SE ESPERA ACONTECE




A afirmativa do Ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, na semana passada, a respeito dos problemas da sua área, de que “tudo que não se espera acontece” é a mesma coisa do ditado latino de “o rabo balança o cachorro”, um exagero. Matematicamente, o vetor de erros é muito maior do que o vetor de acertos. Então, a função foi mal formulada. Logo, quando se trata de problemas econômicos, a formulação econométrica está equivocada, sendo enormes os prejuízos. As questões se colocam com respeito à Petrobras e à produção de energia elétrica. O olhar de Eduardo Braga com repeito à petrolífera estatal é de que os crimes serão apurados, não obstante ainda haja tanta dúvida, a presidente da estatal continuará, pela sua formação técnica e a sua direção doravante não deverá ser de indicação de políticos, mas de pessoas de reconhecido conhecimento da área. É pagar para ver.

A respeito da área de energia elétrica, parte ele do diagnóstico de que está chovendo neste ano que se inicia, menos do que no ano passado, os reservatórios estão com menos água do que em 2014. Para ele, tudo na área no ano passado deu errado. As hidrelétricas do rio Amazonas estão atrasadas, as linhas de transmissão também. As termelétricas estão a pleno vapor, queimando óleo, uma energia mais cara. Foi errado o governo subsidiar o setor. O conserto disso certamente penalizará os consumidores, já que a nova equipe econômica disse que o Tesouro Nacional não bancará. O aumento de agora, das bandeiras, mais uma elevação de tarifas se situará entre 20% a 25%, além do reajuste até o final do ano. Provavelmente, ultrapassarão 40%. De forma semelhante, os preços dos combustíveis não vão baixar, mesmo que os preços deles internacionais estão menores do que a metade. Isto porque, se a Petrobras suportou o viés de alta, será recompensada pelo viés de baixa do petróleo.

No caso de “tudo” continuar dando errado, acredita ele que o País ainda tem “uma usina” de Belo Monte de energia eólica, que irá ser explorada, apressada, bem como o governo irá usar a energia de carvão, cujo uso já conta com subsídio de R$1,2 bilhão. O exemplo é a hidrelétrica de Balbina, capacidade de 125 MW, que produz o mínimo de energia, com o máximo de reservatório. Também um máximo de estrago ambiental.

Economicamente, ao invés de ter coragem de fazer o racionamento, o governo insiste em energias mais dispendiosas, levando a inflação lá para o patamar de 7% ao ano e obtendo baixo crescimento econômico. Se não chover, a geração de Cantareira, na grande São Paulo somente chegará a março. O racionamento já existe disfarçadamente.

Enfim, os sinais de fumaça deste ano estão piores do que os do ano passado visto daqui do começo do ano.

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