17/01/2015 - REPERCUSSÃO INFLACIONÁRIA
A retirada dos subsídios na conta
de energia elétrica terá repercussão na taxa inflacionária do País, pela lógica
de que os preços em geral irão subir. A consultoria LCA calcula que, por baixo,
a elevação inflacionária será de 0,5%, levando a inflação brasileira para
patamar de 7%, já que em janeiro geralmente os preços dos demais produtos da
cesta do IPCA sobem. Sem dúvida, a equipe econômica irá ser a favor da elevação
da taxa básica de juros, a SELIC, hoje fixada em 11,75% ao ano. Na próxima
reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, provavelmente, no
mínimo será 12% anuais. A estimativa da LCA é de que a conta de luz neste ano
irá subir 31,2%. Além do mais é esperada a volta da cobrança da Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre a gasolina, hoje com alíquota
zero, bem como os reajustes de ônibus urbano. Outra consultoria, a Tendências,
anunciou também que sua projeção do IPCA para 2015, subirá de 6,4% para 6,8%,
por conta do reajuste da energia.
O anunciar a sua equipe, nesta
semana, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou que o governo esteja
preparando um grande pacote de aumento de impostos. Ou seja, um “saco de
maldades”, para elevar receitas e cortar gastos, em busca da credibilidade
perdida na área fiscal. Porém, apesar das negativas, Levy deu sinais claros que
elevações de tributos estão a caminho. São suas palavras: “Nós vamos,
eventualmente, fazer alguns ajustes na área tributária. Nos impostos, qualquer
aumento será compatível com nosso objetivo de aumentar a poupança pública. O
próprio realismo tarifário que defendemos no setor elétrico é importante neste
sentido”. O citado ministro indicou que pode haver taxação sobre os prestadores
de serviços que recebem “salários” como pessoa jurídica, além de rever a isenção
de imposto de renda sobre Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito
Agrícola. Qualquer elevação de tributos, sem dúvida, elevará os preços de
muitos produtos, o que é inflacionário.
Em resumo, a equipe econômica
está visando elevar a poupança do governo, a qual poderá ser canalizada também
para realizar investimentos multiplicativos na infraestrutura, atraindo
capitais do setor privado, que se encontram em aplicações financeiras, mas que
poderão dirigir-se para investimentos produtivos. Portanto, maior oferta, maior
enfrentamento da inflação de demanda, no longo prazo, poderá traduzir-se em elevação
da taxa de crescimento do PIB e obter-se menor taxa de inflação. As cartas
serão dadas, a questão é que direção e ritmo elas serão lançadas.
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