20/01/2015 - CRESCIMENTO E COMPETITIVIDADE
A relação entre as variáveis
crescimento e competitividade é direta. Isto é, quanto mais cresce um país mais
competitivo se torna. A questão é o formato da curva, se ascendente ou
descendente. Fica para o leitor constatar. O melhor exemplo de curva ascendente
é a China, que cresce há mais de 35 anos, acima de 9% médios anuais (nos
últimos anos caiu para 7% médios anuais, mas, em todo período ainda é acima de
9%), que mudou a sua imagem de país que produzia bugigangas, produzindo hoje
componentes de alta tecnologia, tais como computadores e automóveis. A China,
no período em tela de 35 anos, saiu da classificação entre os 40 países mundiais,
para a segunda economia global, cujas projeções para daqui há mais alguns anos
ser a primeira.
O Brasil do século XXI possuiu
uma primeira década, quando parecia retomar o grande crescimento, o maior já
visto, aquele dos anos de 1970, quando cresceu por volta de 10%, crescendo na
primeira década deste século, em média 4%, obtendo 7,5% em 2010. Contudo, nesta
segunda década, o quadro geral se reverteu. No primeiro mandato da presidente
Dilma (2011 a 2014) o crescimento estimado do PIB é de 1,585%. Para o segundo
mandato (2015 a 2018) a expectativa é de pequeno crescimento, semelhante ao do
primeiro mandato. O Banco Mundial (BIRD) estimou 1% para 2015, 2,5% para 2016,
2,7% para 2017, semelhante ao primeiro triênio do primeiro mandato (2011 a
2013). A diferença é que no primeiro mandato o crescimento foi descendente e de
que no segundo a esperança é de que seja ascendente. Porém, nada brilhante.
Para as 20 maiores economias mundiais, o BIRD projetou o crescimento brasileiro
maior somente do que o da Argentina e da Rússia. Esta última, mergulhada na
maldição do petróleo e do seu preço em baixa.
Quanto à competitividade está
ainda mais atrás. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre 15
países selecionados da cabeceira mundial, o Brasil está em penúltimo, somente à
frente da Argentina. Atrás de todos os outros membros dos BRICS, Rússia, Índia,
China, África do Sul. Trata-se da quarta enquete da CNI. Isto é, desde 2012 que
o Brasil se mantém na mesma posição da lista. Aliás, isto é coincidente com o
primeiro mandato da presidente Dilma. O relatório da CNI chamado de
“Competitividade Brasil 2014”, baseado nos seguintes fatores: disponibilidade e
custo da mão de obra e do capital, infraestrutura, peso dos impostos, ambiente
macro e microeconômico, educação, tecnologia e inovação. O País é o último
colocado no quesito custo do capital. Recuou de 10º para 12º no quesito
ambiente econômico. Somente para citar dois itens. Não é dizer que se tomou o
maior gigante, os Estados Unidos, que ficou de fora da lista, mas aqueles que
têm relativa proximidade com o Brasil. Os países examinados foram China, Canadá
(somente os dois têm maior PIB do que o brasileiro), Índia, Espanha, Rússia,
Austrália, Coréia do Sul, México, Polônia, África do Sul, Turquia, Chile, Colômbia,
Argentina e, obviamente, o Brasil.
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