22/01/2015 - RECESSÃO INDUSTRIAL




Um grande problema foi colocado para a indústria brasileira no século XXI. Ela não para de reduzir de tamanho, ano a ano. Se, durante o século XX, a indústria saiu de inexpressivos menos de 5% do PIB, do início do século, crescendo expressivamente, devido ao processo de substituição das importações, isso é a proteção industrial dada, desde Getúlio Vargas (a começar em 1930), até passando por 16%, em 1956, quando foi criado o Plano de Metas de JK (1956-1960), e crescendo, alcançando seu ápice em 1985, quando atingiu 25% do PIB, tendo seu golpe de retração até hoje, dado por Fernando Collor (1990-1992), mediante abertura da economia, tirando a proteção da indústria. Muitos segmentos não resistiram e praticamente desapareceram, em face da concorrência internacional, principalmente aquela advinda dos tigres asiáticos e da China. Atualmente, a participação industrial já está em 12,9% do PIB. A tendência continua de baixa. Isto é, recessão industrial continuada e acelerada. O emprego industrial é o que mais preocupa. As greves começaram a pipocar neste início de ano.

Conforme o pesquisador da Coordenação da Indústria do IBGE, Fernando Abritta, em declarações na semana passada: “Esse ano (refere-se a 2014)  já vai ser o terceiro seguido de queda no emprego industrial. A última taxa positiva foi em 2011, quando o pessoal ocupado na indústria cresceu 1%. Desde então, só vem caindo e ainda acelerando o ritmo de queda. Nem o setor externo, nem o setor interno têm contribuído para o desempenho da indústria. O cenário é de crise”. Em 2012, a indústria cortou 1,4% das vagas. Em 2013, a queda dos postos de trabalho alcançou 1,9%. De janeiro a novembro de 2014 (dado mais novo), a retração do emprego industrial já está em 3,1%. A indústria corta justamente os que têm baixa produtividade e os capitalistas não investem como poderiam porque não vê melhoras no ambiente dos negócios.

É preciso restaurar a confiança dos empresários, para seu maior engajamento. A nova equipe econômica irá promover “nova” política industrial, conforme declarações do Ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, forte liderança do capitalismo industrial. Porém, sem melhorar a infraestrutura, ampliando as parcerias público-privadas, além de estimular mais a pesquisa, o desenvolvimento, a educação, mantendo a desvalorização cambial, reduzindo a burocracia e promovendo a reforma tributária, a situação permanecerá em declínio.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE