27/09/2014 - ESTATÍSTICAS APARENTES




O IBGE é o maior e mais respeitado órgão de estatísticas do País. Mas, nem por isso, deixa de mostrar contradições. Porém, aparentes contradições. Porque as estatísticas por mais que se aproxime da realidade não contempla os grandes universos, salvo exceções. Por exemplo, nesta semana divulgou o referido Instituto os dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de agosto deste ano, cuja taxa nacional de desemprego é de 5%. A instituição também divulgou as taxas médias anteriores de julho, em 4,9%, junho, 4,8%, maio, 4,9%. Aparentemente, a média é de 5%. A PME é realizada em seis regiões metropolitanas: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre. A taxa de desocupação de 5% é o menor indicador para meses de agosto desde o início da pesquisa em 2002. A pergunta da PME é se o cidadão está registrado, isto é, tem emprego, ou não, no Ministério do Trabalho. Como a economia está em recessão técnica, dois trimestres de recuos em taxas de incremento do PIB, citada taxa teria de crescer. O que está havendo? A explicação dada pelos pesquisadores é de que, efetivamente o emprego industrial caiu bastante, mas o emprego em serviços tem crescido na sua lacuna, além de serviços gerarem mais empregos agregados do que a indústria.

 O outro grande levantamento, mas anual, sobre o mesmo tema, é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). O PNAD 2013, divulgado na semana passada, feito em 1.100 municípios, apresentou taxa de desemprego de 6,5%. Ora, 1,5% pode ser um número pequeno, aparentemente. No entanto, proporcionalmente não é. Representa 1,5% de 5% exatamente 30%. Portanto, poderia ser concluído que há furos nos levantamentos. Sim. Mas, graves? Não. A PME trata basicamente de emprego nas grandes regiões metropolitanas. A PNAD se refere a 1.100 municípios, sendo a grande maioria do interior. Porém, existe uma grande conclusão a ser feita: o desemprego parece ter sido maior no interior do que nas áreas metropolitanas. Em geral, a resposta é consistente, haja vista que nas regiões metropolitanas estão localizados os empreendimentos mais dinâmicos.

Há outra questão nesta época eleitoreira. A direção do governo federal usa a menor taxa, de 5%. Esta lhe transmite um raio de bom desempenho no combate à taxa de desocupação, não obstante a economia nacional está com taxas muito fracas de crescimento, visto que o desemprego no mundo desenvolvido está bem acima de 6% ao ano.

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