15/09/2014 - OCDE MUDA RADICAL



A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), baseada na Europa, acompanha as 30 maiores economias do globo, responsáveis por mais de 50% do PIB mundial. Embora o Brasil não participe da entidade, a OCDE sempre tem coletado informes sobre o Brasil. Dessa forma, apresentou uma previsão de queda radical no crescimento da economia brasileira, de 1,8%, feita em maio, para 0,3% agora. Por coincidência, o Banco Central ontem divulgou sua enquete semanal de um PIB crescendo somente 0,33%, pela décima sexta vez consecutiva de recuo. A redução de 1,5% na previsão do PIB pela OCDE foi a maior nas 11 maiores economias do globo. A expectativa para os grandes emergentes é bem maior do que a do País. Por exemplo, a China poderá crescer 7,4% e a Índia 5,7%. Para 2015, a estimativa da Organização para o País caiu de 2,2% para 1,4%. Assim, no ano que vem é esperado avanço de 7,3% para a China e de 5,9% para a Índia. Entre as grandes economias para o ano que vem é esperado 3,1% para os Estados Unidos, 2,8% para o Reino Unido, 1,5% para a Alemanha.
O fato é que o Brasil mais uma vez, cinco anos depois, flerta com a recessão. A economia brasileira caiu em três dos últimos quatro trimestres. Os investimentos recuam há um ano e a indústria retrocede. A economia brasileira está prestes a completar quatro anos com crescimento baixo, por volta de 1,6% anuais, semelhante ao da década de 1980, chamada de a “década perdida”. Naquela época, o Brasil enfrentava dois violentos choques do petróleo (1973 e 1979), quando os preços da matéria prima alcançaram níveis estratosféricos, bem como a elevação acentuada dos juros da dívida pública, que eram basicamente flutuantes.
De 1981 a 1990 o PIB médio brasileiro subiu 1,7%. De 1991 a 2000 ele se elevou em 2,5% anuais. De 2001 a 2010 alcançou media anual de 3,6%. Nos quatro últimos anos se aproxima de 1,6% médio por ano. Economistas que tem larga experiência, tal como o ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore, calculou o PIB potencial brasileiro em 2007 de 4,5%. Hoje, seu cálculo é de 1,5%. O conceito de PIB potencial é a capacidade de a economia crescer sem gerar pressões inflacionárias.

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