09/09/2014 - PROGRAMA DE AÉCIO



Menos de um mês das eleições de 5 de outubro, o candidato Aécio Neves apresentou a nove editores da revista Isto é, o que seria seu programa de governo, visando a sua eleição. Nas próximas edições semanais serão apresentados os outros dois candidatos favoritos. Na sabatina o candidato afirmou que a primeira coisa a fazer é uma mudança ética, de valores, deixando “a baixa qualidade das relações políticas e o absurdo aparelhamento da máquina pública”. A segunda “é uma mudança de visão do Estado. O setor público não precisa apresentar maus resultados por ser público”. Isto é, ele defende o Estado eficiente. Para fazer as duas coisas “promovendo o resgate da meritocracia, de um governo que tenha metas, apresente resultados. Hoje vemos uma desqualificação cada vez maior dos serviços públicos. A terceira mudança é uma nova visão de mundo. O Brasil se isolou por uma visão absolutamente equivocada desse governo, que promoveu um alinhamento ideológico da política externa sem que isso trouxesse qualquer benefício ao País. O mundo avança em acordos bilaterais. O governo do PT, no entanto, celebrou apenas três acordos bilaterais”.

Defende ele que no início do novo governo seja feita a reforma política, baseada em cinco pontos: fim das coligações proporcionais, voto distrital misto, fim da reeleição, mandato de cinco anos para todos os cargos públicos e coincidências das eleições. Quanto à reforma tributária defende ele a simplificação do sistema tributário já no primeiro dia de governo. O enquadramento do sistema tributário deverá equalizar o crescimento dos gastos correntes com o crescimento da economia. Pretende reduzir à metade o número dos 39 ministérios existentes, fortalecendo três ministérios: Infraestrutura, Agricultura, Fazenda junto com Planejamento. Pretende ‘reestatizar’ as empresas públicas, colocando-as com administrações profissionais. Continuará com o Programa Bolsa Família, elevando para US$1.25 por dia o gasto para cada beneficiário. Acabará com as desonerações tributárias discriminatórias existentes, assim como o BNDES irá praticar os mesmos juros para todos os clientes. Sintetiza, enfim, que “vai ser um governo de previsibilidade”.

Na forma apresentada se ressente Aécio de um plano econômico de governo de longo prazo. O programa acima é muito pouco para retornar o Brasil na trajetória de conseguir ser um país avançado na próxima década. Aécio não falou sobre educação, pesquisa, produtividade. Segundo a história, países como a Coréia do Sul, que, depois do final da guerra delas, em 1956, tinha um terço da renda per capita do brasileiro. Investiu em educação integral e de produtividade, hoje está em direção a três vezes mais da renda per capita do brasileiro. Assim, via educação de qualidade, foi com o Japão. Assim está sendo na China.

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