17/09/2014 - INADIMPLÊNCIA EMPRESARIAL




A Serasa Experian é a maior empresa internacional, fruto da aquisição da Serasa, anteriormente de propriedades dos bancos brasileiros, com a Experian francesa, do mesmo ramo, as quais realizam há mais de três décadas acompanhamento cadastral para o sistema financeiro em geral, comércio, serviços, indústria e para quem queira comprar informações empresariais ou de consumidores, relativas ao crédito, legalmente estabelecidos, relativos à idoneidade financeira ou a falta dela. Cadastro inédito começou a fazer em julho de 2012, acompanhando a inadimplência das empresas brasileiras com credores e fornecedores, registrando 2,99 milhões de inadimplentes. Um ano depois o número subiu para 3,28 milhões (mais 10%). Dois anos depois, 3,57 milhões (mais 9%) de empresas inadimplentes estavam constantes do cadastro da Serasa. Isto é, mais da metade das empresas nacionais atrasaram pagamentos consideravelmente, situação indesejável para a maioria, pelo visto. O segmento de pequenas e médias empresas é o mais afetado, respondendo por 91% do total dos inadimplentes. Na divisão por ramos de negócios o mais afetado é o comércio de bebidas, vestuário, veículos, eletrônicos, peças, entre outros, com 47,2% do total. Em seguida vêm os serviços de bares, restaurantes, salões de beleza, turismo, entre outros, com 42,6%. Em terceiro lugar, a indústria com 9,1%. A região Sudeste concentra 51% dos devedores em atraso. O Nordeste comparece com 18%. O Sul, 17%. Centro Oeste, 8%. Norte, 6%. 

Reportando a trajetória do PIB, este cresceu 7,5% em 2010. Porém, vem declinando sensivelmente em quatro anos, de 2011 a 2014, respectivamente, 2,7%, 1%, 2,5%, 0,3% (última estimativa do boletim semanal do Banco Central), sendo que no primeiro trimestre deste ano, o PIB recuou – 0,2%, no segundo trimestre retrocedeu – 0,6%, estando instalada a recessão na economia brasileira. Portanto, os dados acima do expressivo aumento da inadimplência estão em linha com o declínio do desempenho econômico nacional. O quadro projetado para 2015, conforme pesquisa semanal Focus do Banco Central ainda é de pessimismo, tendo cerca de 100 analistas, acreditados pelo citado BC, estimado o crescimento do PIB para 1,04% no ano que vem. A expectativa da OCDE também baixou para 1,4%.

Quem turbinou as dificuldades das 3,57 milhões de empresas, com juros estratosféricos foi o sistema financeiro, na maioria dos casos superiores a 40% ao ano, chegando também em muitas outras situações a taxas superiores a 100%, colocando as citadas empresas sem expectativa de deixarem o cadastro negativo de inadimplentes. Não sem motivo, na tentativa de recuperar as vendas e reconhecendo que os juros são muito altos no Brasil, as instituições financeiras, tipo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) estão ampliando, para as empresas em débitos com fornecedores e bancos, condições especiais de renegociação, até então previstas apenas para os consumidores. Por meio da internet, lojas e empresas de serviços, que tenham ficado negativadas no SPC, Serasa Experian e SCPC podem obter facilmente redução da dívida e reparcelamento. Para Viviane Magalhães, gerente da Serasa Experian, em declaração à imprensa anteontem: “Nossa expectativa é que as empresas com dívidas voltem a ser inseridas no mercado, resgatando as condições de operar, já que entendemos que é justamente no momento recessivo que o crédito ganha força para ajudar o empresário a vencer as dificuldades da economia”.

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