24/09/2014 - PORTO SUL EM ILHÉUS
Na atualidade não existe
planejamento estratégico verdadeiro no Brasil. Isto aconteceu de 1949 a 1979,
quando o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo, em torno de 6% em média
anual, sendo o mais completo deles o iniciado em 1956, no governo JK, propondo
“crescer 50 anos em 5”. Lançou ele o Plano de METAS. Os três principais
objetivos do Plano de METAS foram: 1. Investimentos estatais em infraestrutura.
O governo JK deu prioridade ao segmento rodoviário para atingir o objetivo de
introduzir a indústria automobilística. 2. Estímulos ao aumento da produção de
bens intermediários, como o aço, o cimento, o carvão, dentre outros. 3. Incentivos
à introdução dos segmentos de bens de consumo duráveis e bens de capital. O
Plano de METAS destacava trinta metas, agrupadas em cinco setores: Energia - energia elétrica, energia
nuclear, carvão mineral, petróleo e gás. Transporte
- ferroviário, rodoviário, serviços portuários, serviços de drenagem, marinha
mercante e transporte aeroviário. Alimentação
- trigo, silos, armazéns frigoríficos, matadouros industriais, mecanização da
agricultura e fertilizantes. Indústria de
base - siderurgia, alumínio, metais não ferrosos, cimento, álcalis,
celulose e papel, borracha, exportação de minério de ferro, indústria
automobilística, indústria de construção naval, indústria mecânica e de
material elétrico pesado. Educação -
formação de pessoal técnico. Mais a "meta
síntese" - construção de Brasília. JK fez a economia crescer 8,3% em
média anual.
Hoje em dia é de pasmar a forma
de planejar sem metas globais. Assim, como exemplo, tem-se o tempo de quatro
anos para que o IBAMA concedesse nesta semana a licença ambiental para
implantação do complexo Porto Sul, que será construído numa área de 1.865
hectares, na praia deserta de Aritaguá, apenas a 15 quilômetros de distância do
atual porto de Ilhéus. Na primeira etapa das obras já serão executados R$2,2
bilhões, até 2017, no total de R$5,6 bilhões, no prazo de 25 anos. É o maior
projeto portuário a ser agora executado no País. Dois terminais serão
instalados. Um para ser operado pela Bahia Mineração, complexo de
beneficiamento e exportação de ferro. Outro para liberar a produção a ser
escoada pela Ferrovia Leste-Oeste (FIOL), projeto em curso, no valor de R$6
bilhões. As exigências para a instalação do complexo são de cumprir 38
Programas Básicos Ambientais e 26 condicionantes, por parte das empresas e pelo
Estado. É bem verdade que este é um projeto de grande envergadura. Mas, quantas
obras estão sendo incrementadas pelo PAC? Segundo o presidente do TCU, Augusto
Nardes, no final de agosto, existiam 1.450 obras em andamento. Quantas estão
travadas? O resultado não é nada animador. É só ver que o PIB poderá crescer
neste ano, segundo divulgado hoje pelo governo, cerca de 0,9%, contra
informativo Focus do Banco Central que apresentou pela décima sétima vez
consecutiva recuo na estimativa de 100 analistas credenciados, de aumento de
0,3% do PIB em 2014.
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