26/09/2014 - COMBATE À POBREZA
O governo Lula se iniciou em 2003
com um lema de “fome zero”, criando até um Ministério de Combate à Pobreza,
afirmando que retiraria o Brasil do Mapa da Pobreza logo no primeiro governo.
Não conseguiu. Uma série de desvios naquele ministério, chefiado pelo
economista José Francisco Graziano da Silva, professor famoso da UNICAMP, mas
que, questionado porque não tinha ainda acabado a fome logo no primeiro governo
de Lula, referiu-se, infortunadamente, a que o problema não tinha sido
resolvido, em razão de todos os anos as grandes cidades incharem com a presença
de famintos nordestinos. Tamanho disparate fez com que Lula o afastasse do
governo, indicando-o para ser dirigente da FAO, da Organização das Nações
Unidas, que analisa no mundo a agricultura, pobreza a fome, fazendo
diagnósticos. A propósito, há poucos dias, declarou o referido professor que o
Brasil não fazia mais parte do Mapa da Fome. A presidente Dilma, ao abrir os
trabalhos normais da ONU, como é praxe o Brasil abri-los, referiu-se citadas
declarações do dirigente da FAO. Por seu turno, o IBGE, ao divulgar na semana
passada o PNAD 2013, afirmou que o País tem 13 milhões de miseráveis, não
contemplados pelo Programa Brasil sem Miséria. Pessoas que, na definição da
ONU, de percebem até US$1.25 por dia. Claro, muitos não recebem nada e
obviamente passam fome.
Na semana passada, também, com
grande repercussão a revista Veja apresenta artigo de 6 páginas, intitulado “A
arte de roubar os pobres”, na qual a presidente Dalva Selve, da ONG Instituto
Brasil, atuando desde 2004, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia, refere-se aos desvios de R$50
milhões do Fundo de Combate à Pobreza, relativos a recursos que deveriam ser
destinados às habitações dos mais pobres. Assim se referiu: “O Instituto Brasil
sempre serviu como um banco para o partido. Com os recursos de convênios para a
construção de casas populares, a gente empregava as pessoas do PT, dava apoio
aos militantes que estivessem passando dificuldades e alimentava as
campanhas”. A denúncia atinge o atual
candidato a governador, um ex-ministro da presidente Dilma, um senador e dois
deputados federais. Prossegue Dalva: “Quem definia os que receberiam dinheiro
era a cúpula do PT. A gente distribuía como todo mundo faz: sacava na boca do
caixa e entregava para os candidatos ou gastava diretamente na infraestrutura
das campanhas, como aluguel de carros de som, combustível”. Foi esse método,
por exemplo, que rendeu R$6 milhões ao PT, às vésperas das eleições municipais,
que elegeu 17 prefeitos no interior baiano. Desde 2010, o Ministério Público
investiga o Instituto Brasil, então fechado. A 7ª Vara da Fazenda Pública
acatou as denúncias de improbidade administrativa e mandou tornar indisponíveis
os bens dos dirigentes da ONG e da Secretaria referidas, para garantir
ressarcimento dos desvios. Houve sumiço dos autos no cartório da 7ª Vara. Até
agora a justiça desconhece se os bens de acusados foram bloqueados. Em algumas
cidades do interior os lavradores aguardam “até hoje a conclusão da casa
prometida pelo governo em 2008” (Veja, p.64 à 71).
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