12/09/2014 - BANCO MUNDIAL NO BRASIL




Depois da destruição de parte da Europa e das bombas atômicas no Japão, os Estados Unidos criaram o Banco de Reconstrução Internacional do Desenvolvimento (BIRD), também chamado de Banco Mundial, onde ele é o maior acionista. Passada a reconstrução do final dos anos de 1940, feita a fundo perdido, o BIRD continuou financiando a infraestrutura em países pelo globo, mediante cobrança de juros baixos, prazos longos de pagamento e voltados para a parceria com governos, em seus diferentes níveis, estatais e demais entidades sociais. Portanto, para a segunda guerra, na qual contribuiu para destruir uma grande parte, financiou a fundo perdido (sem retorno) obras de recomposição.

No caso do Brasil, os financiamentos têm que serem pagos. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, de 09-09-2014, a diretora para o Brasil, Deborah Wetzel, revelou que nos últimos cinco anos o Banco Mundial financiou no País US$5 bilhões e não mais falou de valores de anos anteriores. Porém, referiu-se a que trabalha muito com o Programa Bolsa Família, o qual, para o BIRD, foi capaz de retirar 20 milhões de pessoas da pobreza. O importante aqui a reter é que órgãos de governo se referem a número muito maior, 30 milhões, até 40 milhões, o dobro, o que é grande exagero. No uso moderado dos 20 milhões, ter-se-ia 10% da população no final de 2013. Isto é, em 11 anos, o número médio anual seria de 1.818.181 pessoas. O gasto anual médio dos três últimos anos corresponde a R$14 bilhões. Tomados os R$14 bilhões, divididos pelo número anual médio de 1.818.181, o custo geral (bolsa e infraestrutura) de cada indivíduo seria de R$7.700,00. Ou seja, R$641,67 mensais por pessoa. Quer dizer, o Programa Bolsa Família não é só doação. Ele custa 1,5% do PIB do País.

A citada diretora afirmou que o objetivo maior do Banco Mundial é reduzir entre 2% a 3% até 2030 a pobreza mundial. Para isto, o Brasil precisa enfrentar dois desafios: tornar sustentáveis os programas sociais de combate à miséria e simplificar os procedimentos para receber investimentos em infraestrutura. Segundo ainda ela, há duas faixas de pobreza brasileira: a crônica, que vem sendo combatida pelos programas como o Programa Bolsa Família e o Programa Brasil sem Miséria (dentro do Bolsa Família), e a transitória, onde estão as pessoas que deixaram a primeira faixa, mas ainda estão numa situação em que podem retornar à situação de miséria. Por oportuno, a diretora do BIRD se referiu ao fato de que o Brasil precisa simplificar a legislação e a burocracia, para garantir projetos de infraestrutura com maior participação de investimentos estrangeiros. O que se costuma chamar de parcerias público-privadas. Concluiu a entrevista, dizendo que é preciso investir mais em infraestrutura para garantir que os programas sociais sejam sustentáveis.

 

 

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