14/09/2014 - ERROS EM SÉRIE




A rede Globo nasceu procurando apoiar o poder e dele ter suas benesses. Desde os anos de 1930 fizera oposição aos governos. Vindo o golpe militar de 1964, a Globo apoiou incondicionalmente, acobertando os malefícios da ditadura, fazendo até uma glorificação do seu papel. Tornou-se a Vênus platinada, um dos maiores grupos econômicos da América Latina. Já fez mea culpa do apoio incondicionado aos militares. Porém, na democracia de 1989, apoiou também veladamente Fernando Collor, Itamar Franco, FHC, Lula. Não apoiou Dilma. Porém, depois do mensalão de 2005 passou a ser mais crítica. Aliás, a Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo, as publicações da Editora Abril tais como Veja e Exame, o grupo Bandeirantes, o grupo SBT. Somente o grupo da Record apoia abertamente os governos do PT.

O governo federal publicou dia 12, no Diário Oficial da União, a exoneração, a pedido do servidor Luiz Alberto Marques Vieira Filho do cargo de chefe da assessoria parlamentar do ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. Luiz Alberto foi responsável pelas alterações no perfil dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg na Wikipédia, denegrindo a imagem de ambos, utilizando-se de recursos de informática do Palácio do Planalto, conforme sindicância instaurada pela Casa Civil.

A revista Veja apontou servidores do Senado que estariam envolvidos em antecipar as questões aos depoentes na CPI da Petrobras. A comissão de sindicância do Senado, por sua vez, não encontrou irregularidades ao investigar o repasse antecipado das respostas. O presidente do Senado arquivou a apuração sobre suposta fraude em perguntas da CPI, afirmando que não houve qualquer indício de vazamento.

Ontem, a presidente Dilma disse não ter medo das acusações feitas a políticos pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, defendendo alianças com Collor e Sarney. Em um dos poucos momentos de autocrítica, Dilma reconheceu que não está satisfeita com “alguns” programas do governo. O exercício diário da presidência, segundo ela “é tentativa e erro”. Em seguida, refere-se a sua interferência direta no Banco Central, não admitindo que os bancos sejam o “quarto poder” no País. Declarou a presidente: “Independência é uma coisa, autonomia é outra. Independência é poder. Isso vai soar muito agressivo no ouvido de todo o mundo que defende independência. E aí, o quarto poder não pode ser os bancos. Aliás, era de vocês da imprensa. Isso desde o século 19 começou lá na Inglaterra”. Muito confusa. O fato é que pela décima sexta vez consecutiva os 100 analistas consultados pelo Banco Central reduziram a projeção de crescimento do PIB de 0,48% para 0,33% em 2014.

Críticas e revisões fazem parte do jogo democrático. Mas, o governo atual tem demonstrado intolerância com o contraditório. Moveu processo contra o ex-diretor do Banco Central (BC), Alexandre Schwartsman, por ele ter denunciado várias ingerências no BC, somente agora assumido publicamente pela presidente, a intervenção que faz no BC. Anteriormente, exigiu a demissão de analistas do Banco Santander por mostrarem que os capitalistas não estão satisfeitos com o atual governo, haja vista que, se a presidente caia nas pesquisas a bolsa de valores subia como aconteceu recentemente.

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