16/09/2014 - ESTADO INOVADOR
Na primeira metade do século XX
dois economistas notáveis ensinaram o que move o desenvolvimento capitalista.
No Reino Unido, John Maynard Keynes. Nascido na Áustria, Joseph Alois
Schumpeter. Keynes deixou sua maior contribuição com o livro “Teoria Geral, dos
Juros, do Emprego e da Meda”. Schumpeter com o seu livro “Teoria do
Desenvolvimento Econômico”. Mesmo sem se conhecerem eles desenvolveram a
posição correta que o Estado tem na intervenção da economia. Para Keynes, os
investimentos estatais em ciência, tecnologia e na infraestrutura são
multiplicativos. Em seguida, os empresários iriam organizar a produção
realizando efeitos acelerados em bens e serviços. Para Schumpeter, existe a
“destruição criativa”, isto é, cabe ao Estado realizar as pesquisas que levem a
que os empresários “acabem” a velha produção, fazendo “novas”, mais versáteis e
que promovam melhor nível de bem estar. Sem dúvida, tais propósitos inovadores têm
sido relegados ou postergados nos últimos anos no Brasil, principalmente em
pesquisa e desenvolvimento.
Dessa maneira, o Brasil tem uma
das maiores empresas do mundo na referida área, a tão citada Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a qual muito tem contribuído para o Brasil
estar na liderança do agronegócio, principalmente no caso da soja, de elevada
produtividade nos últimos 35 anos. Infelizmente, na campanha eleitoral não se
ouviu ainda referências ao reforço da presença do Estado Inovador.
Recém-lançado o livro “o Estado
Empreendedor”, Editora Portfólio Penguin, de autoria de Mariana Mazzucato,
professora da Universidade de Sussex, do Reino Unido, resenhado pela revista Exame,
desta semana, datada do dia 17 deste mês, coloca ênfase de que o grande sucesso
de empresas formidáveis tem sido respaldado por tecnologias criadas pelo
Estado. Cita como exemplo uma das empresas mais bem sucedidas. Assim, descreve:
“Não foi a Apple que inventou. As principais tecnologias que fazem do iPhone um
sucesso foram criadas com financiamento público. INTERNET. No fim dos anos de
1970, a agência americana de pesquisa militar criou uma rede de comunicação
entre centros de inovação. Era o embrião da internet. CHIP. Pesquisas
financiadas pela Força Aérea americana e pela NASA resultaram na criação que deram origem aos atuais chips. GPS.
Iniciadas nos anos de 1970, as pesquisas com o sistema de localização global
tinham por objetivo posicionar ativos militares americanos no exterior. TELA.
As primeiras pesquisas com telas sensíveis ao toque foram feitas na Inglaterra
nos anos de 1960, financiadas pelo governo. Laboratórios de outros países
também investiram no tema”. Citando texto da autora, concluiu: “A genialidade
de Jobs só resultou em sucesso porque a Apple conseguiu surfar a onda de
investimentos enormes feitos pelo Estado em tecnologias que deram sustentação
ao iPhone e ao iPad”. Enfim, as nações avançadas estão onde estão porque o
Estado é principalmente inovador.
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