23/09/2014 - REUSO DE ÁGUA
A seca que assola a Califórnia,
que se fosse um país seria detentor do quinto PIB do mundo, existe há três
anos. Ela está mudando o comportamento de milhares de grandes companhias. As corporações investiram milhões de dólares
em vegetação e tecnologias para economizar água desde a seca passada, relativa
ao período de 2007 a 2009. Os investimentos variaram desde servidores de
computador resfriados com ar, em substituição à água, passando por filtros que
usam correias transportadoras que não precisam de água como as correias do
metal, menor quantidade de grama das áreas livres, até descargas sanitárias que
consomem menos água. Campanhas educacionais foram encetadas para atingir
principalmente as 400 lavouras da região. O governo exigiu da população para
reduzir 20% do uso de água, impondo a primeira restrição ao seu uso, multando
infratores em até quinhentos dólares por dia. No geral, as empresas têm
economizado usando a chamada água cinza, que é aquela reciclada das pias,
banheiros e máquinas de lavar, para regar plantas e empregá-las no
resfriamento.
Exemplos não faltam em Israel,
Estados Unidos e Bélgica. Como dizia Nelson Rodrigues “o dinheiro compra até
amor verdadeiro”.
Na região metropolitana de São
Paulo há um ano que o sistema Cantareira está com reservatórios perto do seu
ponto crítico. O recurso para não se ter desabastecimento tem sido a utilização
intensiva de termelétricas, sistema muito mais caro e que está encarecendo o
custo de vida com repercussões inflacionárias, muitas das quais ocorreram
quando passarem as eleições e o governo federal transferir para os consumidores
o prejuízo acumulado.
A Folhapress do dia 21 deste mês cita
o professor de engenharia hidráulica da USP, Ivanildo Hespanhol, que afirma que
dentro da grande São Paulo existe um estoque de água equivalente a dois
sistemas de Cantareira, correspondentes a cerca de 60 mil litros de esgoto que
lá se produzem a cada segundo. Dessa forma propõe que este seja reciclado, de
tal forma semelhante como já é usado nos Estados Unidos e na Bélgica. Aduz ao
fato de que as cinco estações de tratamento poderiam incluir mais tarefas
capazes de tornar a água potável de novo. Dessa forma, acredita, ser possível
obter mais 16 mil litros de água por segundo, capazes de abastecer 4,8 milhões
de pessoas da região metropolitana paulista.
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