30/08/2012 - CORTE DE JUROS




O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC), desde a criação da moeda Real, em 1994, assumiu o papel de principal ator econômico no Brasil, em linha com o que acontece nos países capitalistas organizados. Vale dizer, a administração financeira possui regras ditadas pelo Banco Central. A reunião de ontem do COPOM anunciou a nona redução dos juros básicos da economia, a taxa SELIC, que remunera os títulos da dívida pública. Em julho de 2011 a taxa SELIC era de 12,50% anuais, caindo 5 pontos percentuais, agora em 7,5%. A queda em cerca de um ano é de 44,4%. Na nota de ontem o COPOM também deixou aberta a possibilidade de nova redução da SELIC, na próxima reunião do dia 09 de outubro. Porém, deixou nas entrelinhas de que o corte será menor, algo como 0,25%, fechando o ano provavelmente em 7%. É recorde histórico atrás de recorde na queda da taxa de juros. O informe do BC também aduz ao fato de que tais reduções da SELIC parecem reanimar a atividade econômica. Mas, a economia não reanimou ainda, até porque a passividade do governo do PT, há dez anos insiste em ser ortodoxo, sem realizar as reformas prometidas.

Os atores econômicos de uma forma em geral elogiaram a medida. O presidente da Força Sindical, em exercício, Miguel Torres assim se referiu: “Entendemos que o governo deve continuar a praticar essa política de redução da SELIC para livrar o País da especulação financeira, que acaba consumindo e restringindo o investimento de recursos em educação, saúde, segurança e infra-estrutura”. Duas outras centrais sindicais, a CONTRAF e a CUT concordam com a direção da política econômica. Porém, eles observam que as reduções da SELIC não são acompanhadas pelo sistema de crédito, o que deveria ser obrigado pelo governo. O presidente da FIESP, Paulo Skaf, cobra novas medidas: “Reconhecemos a importância da nona queda consecutiva da taxa SELIC, em um ano, mas já estamos no segundo semestre e os efeitos na demora em reduzir os juros mais rapidamente estão batendo na nossa porta. Se outras medidas urgentes não forem tomadas, como a redução do custo do gás e energia elétrica, diminuição e simplificação da carga tributária e da burocracia, manutenção do câmbio em patamares acima de R$2,00, além das melhorias das condições de infra-estrutura no País, continuaremos tendo problemas graves de competitividade”.





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