28/08/2012 - CAMINHO DA CONDENAÇÃO



Desde começo deste mês, a mais alta corte deste País está julgando 37 réus nacionais por corrupção. Considerado o julgamento do século, praticamente muito contribui para a paralisação do Congresso, juntamente com o período de campanha pela mídia das eleições gerais deste ano. Pelo menos, quatro deles estão a caminho da condenação. Seis dos 11 ministros já votaram, sendo 4 a favor e 2 contra. Faltam os votos de mais 5 deles. A expectativa da opinião pública, conforme já revelou o IBOPE, com mais de 73% de esperança nacional, é de que os réus sejam condenados. Claro, as penas serão pequenas e até mesmo se duvida que alguém cumpra regime fechado de prisão. No entanto, é a primeira vez que se faz um combate tão forte contra a corrupção no Brasil. Eliminá-la é impossível, visto que sempre existiu em todos os rincões. Porém, reduzi-la, vale por demais a pena.

Pelo ponto de vista econômico, a corrupção retarda os investimentos, dado que são criados meandros para esconder muitos atos e fatos, não se conhecendo corrupto que passa recibo, elevando também o dispêndio público, o que retira dinheiro de gastos essenciais para a saúde, educação, transportes, saneamento, dentre outros, implicando em menor crescimento do PIB, da renda per capita e do bem estar. Em artigo da última página da revista Isto é, desta semana, Ricardo Amorim, afirma que: “Ainda que imprecisas, estimativas indicam que a corrupção reduz nosso PIB em até 2,3%, desviando, em valores atuais, cerca de R$100 bilhões da economia brasileira todo ano. Se esse dinheiro não fosse surrupiado, seria possível ampliar em sete vezes o Bolsa Família. Outra opção seria dobrar os investimentos públicos em infra-estrutura, melhorando estradas, ferrovias, portos, aeroportos. Outra ainda seria abolir o imposto de renda sobre rendimentos do trabalho, aumentando o poder de consumo de cada um dos brasileiros. Mais uma seria extinguir o IPI e o IOF, tornando produtos e financiamentos mais baratos no País”. Aqui se registre um exagero quanto a dizer que poderia se anular qualquer dos impostos citados, não somente porque o governo não queira como também é preciso demonstrar os cálculos econômicos. Pelo ponto de vista social, a corrupção enfraquece, debilita, desmoraliza, atrapalha, irrita e muito mais, em tudo que se convencionou chamar de custo Brasil econômico e social.

Dessa forma, o julgamento do mensalão é um avanço brasileiro em busca de elevar o nível de credibilidade nacional e inibir as práticas delituosas. O preço que se está pagando por ele, é que muitas das reformas estruturais que o Pais necessita não estão indo a frente como deveria ou como se requer a sociedade.



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