24/09/2012 - ORÇAMENTO PARA 2013




Até o último dia do mês de agosto, pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, a União tem de enviar ao Congresso o orçamento federal para 2013. Este será objeto de exame detalhado e os deputados irão propor mudanças, de acordo com as conveniências de recursos para as suas bases. Trata-se de processo negociado, ficando a peça orçamentária uma ficção e não real conjunto de diretrizes. O maior exemplo é a projeção principal, a do PIB. Reconhecendo que houve o agravamento da crise internacional, atingindo o Brasil, já que os dados para este ano são eloquentes, visto que admite o governo que o PIB crescerá somente 1,5%. Logo, refez seus cálculos de 5,5% para 4,5%, a estimativa do PIB de 2013. O montante a ser alcançado é de R$4,97 trilhões. O governo da presidente Dilma balizou incremento da economia brasileira de pelo menos 5%, desde antes de assumir o mandato. Porém, no primeiro ano, cravou 2,7%; neste espera 1,5%. Dessa forma, vê-se imediatamente que 4,5% é meta estourada. Ademais, “tudo como antes, no quartel de Abrantes”. A política econômica continuará ortodoxa ao raiar de 20 anos do Plano Real. Em outras palavras, a previsão de manter a estabilidade da economia é de continuar com a política monetária como rainha do xadrez, fixando-se a meta de inflação, coisa que faz desde 1999. A meta é de 4,5%, com viés de 2%, para mais ou para menos. Somente tem ocorrido para mais, até porque a inflação se encontra em atuais 5,3%, com tendência de alta. A política cambial prossegue desde 1999 como câmbio flutuante, com a regulação do Banco Central na política de estoques de moeda estrangeira. A política fiscal continua a mesma, com a carga tributária por volta de 36% do PIB e os gastos públicos crescendo mais do que o incremento do PIB. Portanto, nenhuma reforma estrutural, mas os subsídios irão continuar calculados em mais de R$15 bilhões, como forma de elevar o consumo, também incrementado pelo crédito a ser expandido em 15% anuais. 

A política de rendas estriba-se em elevação real do salário mínimo, cujo reajuste pretendido é de 7,8%, indo para R$670,95. Já os aposentados terão reajuste de 5%, pelo INPC, igual à inflação de 2011. A briga com estes últimos continua. O populismo também. 

Muito fora da realidade, já que não se cumprem historicamente, são as projeções para a infraestrutura, para o PAC, associado ao programa habitacional chamado de Minha Casa, Minha Vida. O aceno é de que ambos crescerão 22,8%. Outro programa, Brasil sem Miséria, crescerá 16,3%. A projeção para os gastos com a Saúde é de incremento de 10,7%. Já para a educação é de aumento de 14,4%.
Mais uma vez, declarações de intenções, de governos, sejam do PSDB ou do PT, desde a estabilização da economia, que não promovem as necessárias reformas estruturais.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE