06/09/2012 - MARASMO NÃO PASSOU




O marasmo não passou, assim como a bonança não chegou. É preciso planejamento global com as reformas econômicas, corte de gastos públicos e elevação da taxa de investimento. Ontem, mesmo, abordou-se aqui o exemplo do Peru, no caminho certo, crescendo próximo de 7% anuais. Os ventos de julho criaram 142 mil empregos, o setor automobilístico vendeu como nunca, 405 mil carros, há dados positivos do comércio. No mês passado, o governo lançou pacote de parceria com o setor privado de R$133 bilhões, para portos e aeroportos e acenou com cortes no custo de energia elétrica. Porém, os resultados da produção industrial não são suficientes para reverter a sua situação declinante, observada de julho de 2011 a julho de 2012, em cerca de - 2,9%. Não são ainda cenários de tranquilidade, até porque a crise na Europa ainda não se dissipou e, se piorar, a expansão da economia brasileira será menor. Referidos ventos de julho sopraram via incentivos fiscais, que têm prazo para acabar. O pacote de inversões governamentais com o setor privado tem prazo de 13 meses. A burocracia é muito grande. É um cipoal que se verifica inicialmente, com a previsão de estudos de 6 meses; audiência pública de 1 mês; publicação de edital em 2 meses; licitação em 1 mês; assinatura de contratos em 3 meses. Mesmo que se reconheçam outras etapas com o TCU, sendo a primeira dos projetos básicos, previstos em 3 meses; já os projetos executivos são projetados em mais 3 meses; com isso o prazo aumentaria em mais 6 meses. O licenciamento prévio tem tempo médio de 12 meses. A licença para instalação em 6 meses para emissão. As licenças de operação levam a autorização para início das obras em tempo médio de 3 meses. Além disso, há o problema de atração do investidor. A baixa taxa de retorno proposta pelo governo pode também esvaziar o número de empresas interessadas. Em conclusão, o governo quer o início das obras para setembro de 2013. A execução de projetos e as aprovações ambientais só acabariam em março de 2015. Seria outro mandato presidencial, quem sabe da própria Dilma, ou do Lula, ou do Aécio Neves. O que se colocou acima é o saco de gatos em que os projetos públicos se envolvem geralmente no Brasil. Não há simplificação, nem agilidade de tantos órgãos envolvidos. As coisas no Brasil precisam ter mais celeridade. Enquanto isto, o governo federal ao invés de fazer as reformas necessárias, aumentou ontem impostos das importações para 100 produtos, prometendo para os próximos dias de mais 100, acreditando que  com isto reativará as exportações. Ora, o caminho é de aumento da produtividade.

Face ao exposto, no primeiro trimestre, a economia brasileira cresceu 0,2%, no segundo, 0,4%. Para o País crescer 1,5% em 2012 e 3% em 2013, haverá de ter expansão de 1% por trimestre daqui por diante. De 2004 a 2008, para crescer na média de 5% anuais, o incremento trimestral foi de 1,3%. Quer dizer, o cenário tem que melhorar muito para a presidente Dilma repetir o que ocorreu de 2004 a 2008, os melhores anos econômicos do PT no governo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE