27/09/2012 - DESIGUALDADES DE RENDA



Inegável que as desigualdades no perfil de classes, da pirâmide da distribuição de renda, vêm sendo reduzidas desde o advento do Plano Real (1994). O primeiro fato foi a estabilidade econômica, com o fim da inflação galopante. A inflação caiu de até 4 dígitos para 1 dígito. Assim, a inflação deixou de transferir mais renda dos pobres para os mais ricos. O segundo fato, o salário mínimo passou a recuperar-se, tendo ganhos reais ano a ano. O terceiro fato foi o reforço dos programas sociais de redistribuição de renda. Porém, apesar dos resultados registrados, o País que já esteve nos primeiros lugares em concentração de renda, ainda continua entre os 12 mais desiguais do mundo.
Desde 1967 que o governo criou órgão de inteligência, para examinar a situação brasileira e fazer propostas de ação. Trata-se do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). No segundo mandato de Lula (2007-2010), o governo federal criou um ministério chamado de Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), que hoje engloba o IPEA, para traçar estratégias dos grandes problemas nacionais. No entanto, eles têm feito diagnósticos para servir aos governos. De preferência procurando elogiá-los.
É o que fez agora o novo estudo divulgado pelo novo presidente do IPEA, Marcelo Neri, ressaltando que o salário dos 10% mais pobres da população brasileira cresceu 91,2% entre 2001 e 2011. Para ele, o movimento engloba 23,4 milhões, saindo da pobreza, número abaixo do que a SAE divulgou a uma semana, de 35 milhões, que ingressaram na classe média, nos últimos dez anos. Dois membros do mesmo organismo de Estado com dados tão díspares. Por outro lado, Neri argumentou ainda que a renda dos 10% mais ricos se elevou de 16,6% no mesmo período de 2001 a 2011. O texto de Neri se chama de “A década inclusiva”.
O trabalho referido destaca ainda que o índice de Gini caiu de 2001-2011, de 0,594 para 0,527. Assim se expressou ontem: “O Brasil está no ponto mais baixo da desigualdade, embora ainda seja muito baixa”. É verdade, desde 1950 que os censos mostram a crescente concentração de Gini, crescendo na casa de 0,600.

 

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