17/09/2012 - DINHEIRO LIMPO
O dinheiro brasileiro
compreende 4,8 bilhões de cédulas da moeda real, circulando pela economia, em
espécie. Por mudar de mãos o tempo todo, elas têm um tempo de vida curto.
Cálculo do Banco Central dá conta que, em um período médio de um ano, 40% delas
se tornam inúteis e retornam ao Banco Central para serem trituradas. O
resultado anual é uma pilha de duas mil toneladas de cédulas rasgadas em
pedacinhos. Até 13 anos atrás o destino desse lixo era a incineração. Depois
passaram a ser despejadas em aterros sanitários. Entretanto a Política Nacional
de Resíduos Sólidos determina desativação dos lixões até 2014. O Banco Central
está ultimando detalhes para encontrar uma finalidade melhor para o dinheiro
picotado. A solução encontrada para as cédulas de real fora de circulação, que
eram incineradas, é de que elas virarão matéria prima para a confecção de
cadernos, blocos, convites, brindes, objetos de decoração e até adubo.
O processo que fazem as
cédulas trituradas virar papel de novo consiste em retirar a resina de
proteção. Depois são despejadas em um liquidificador e misturadas a outros
papéis. A massa de papel recebe banhos de água. Com o auxílio de um pano e uma
tela, a massa passa pela operação de desformar. Para unir as fibras e remover o
excesso de água, o material passa por uma prensa. Por fim, as folhas de papel
são postas a secar por um período de 24 horas.
No Instituto Reciclar,
em São Paulo, adolescentes aprendem a transformar cédulas em blocos, cadernos e
objetos decorativos. Trata-se de público que mora em favela, tira boas notas na
escola e não apresenta problema de relacionamento. Um projeto da Universidade
Federal da Amazônia usa o dinheiro velho, dispensável, para fazer adubo. As
cédulas respondem por 10% de uma mistura que é completada com lixo orgânico. O
composto tem sido eficaz na produção de feijão.
O governo do Pará irá adquirir e distribuir o produto para a população
carente da cidade de Belém.
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