29/08/2012 - EXPORTAÇÕES TAMBÉM FREANDO




Oportunamente, a coluna quinzenal de Alexandre Schwartsman, na Folha de São Paulo, de hoje, busca mostrar que na economia brasileira “Quem nos navega é o mar” (não é verdade), título do artigo, dizendo que a dinâmica do aparelho produtivo, dos últimos dez anos, deveu-se principalmente às exportações. Vendo o argumento dele, a força exportadora é poderosa, porém não somente ela levou ao melhor desempenho nacional no século XXI. A estabilidade iniciada pelo Plano Real, em 1994, reforçada pelo sistema de metas de inflação, em 1999, mostrou que o País poderia crescer muito mais, através do incremento do seu mercado interno e elevando a margem de endividamento da população. Estes são inclusive os argumentos do seu partido o PSDB. Navegando nessa onda, o governo Lula levou a economia a crescer em média 4% anuais. Entretanto, deu certo até 2010. A partir do governo da presidente Dilma, as exportações, o mercado interno e o endividamento deixaram de trazer os melhores resultados. Contrariamente, ao que pregava o PT, adotou, em 2003, o modelo ortodoxo de política econômica, baseado no tripé: superávit primário, para pagar juros da dívida; câmbio flutuante, para deixá-lo valorizado, não influindo muito na elevação inflacionária, mas prejudicando justamente as exportações; meta de inflação, controlada internamente coma taxa de juros básica, a SELIC. Exatamente, conforme vinha fazendo o governo de FHC. Antes, o PT queria fazer uma auditoria na dívida, estimular mais o capital nacional, recuperar ganhos do salário mínimo, reestatizar a economia, assim como mudanças estruturais fundamentais, tais como a tributária, educacional, da saúde, dentre outras. Somente acrescentando à ortodoxia, tem feito a recuperação do salário mínimo, ampliado os programas sociais. É bem verdade que criou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), porém não fez as reformas estruturais e este pouco andou. Dessa forma, o Brasil que queria voar como águia, nem chegou a deixar de voar como galinha, até agora, com o governo da presidente Dilma.

Conforme o citado Alexandre: “Com efeito, entre 2002 e 2011, os preços das exportações brasileiras aumentaram 163%, enquanto o aumento médio global alcançou 65%. Nesse mesmo período, as quantidades exportadas pelo Brasil aumentaram 61%, em linha com o crescimento mundial de quantidades (67%)”. Claro, que isto foi muito benéfico.

Agora, os preços das commodities estão em queda ou se estabilizaram. O consumo atingiu 60% do PIB e está crescendo pouco, não obstante no último foram editadas mais de dez medidas de incentivos fiscais. A expansão do crédito está respondendo também muito pouco. O aumento real do salário mínimo tem estimulado. Os programas sociais ampliados também. No entanto, o PIB voltou ao nível de crescimento anual por volta de 2%. Logo, o governo precisa pelo menos empreender as reformas estruturais.

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