10/09/2012 - UNIÃO NACIONAL
A União federativa se
compõe de governo federal, 26 governos estaduais, 1 distrito federal, 5.565
municípios, em 8,5 milhões de quilômetros quadrados, distribuído por quatro
macrorregiões: Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul. O arcabouço
legislativo se compõe de uma Constituição, editada em 1988, composta de
milhares de leis, decretos, regulamentos, portarias, normas, dentre outros
regimentos. As leis federais são hierarquicamente superiores às leis estaduais
e leis municipais. Estas, às leis estaduais. Referido conjunto de instituições
comparecem entre realidades de desenvolvimento desiguais. Historicamente, a
visão do ciclo econômico, defendida por Celso Furtado, em seu clássico livro
“Formação Econômica do Brasil”, traça um painel do que é a conformação atual.
Os grandes ciclos foram o do pau Brasil, do açúcar, da pecuária sulina, da
pecuária mineira, da borracha, do café e industrial. Existiram ciclos menores,
regionais, tais como arroz e algodão, no Maranhão; fumo, sisal, cacau, na Bahia.
Os ciclos econômicos dominantes foram o do café e o industrial, justamente aqueles
que mais ocorreram no Brasil Imperial e Brasil republicano. A diferenciação por
Estado contou com o beneplácito de diferentes governos federais. Dessa forma,
durante o modelo primário exportador (1500 a 1930), economia basicamente
agrícola e voltada para exportação, as divisas (moedas, créditos
internacionais) geradas pelas exportações foram gastas e investidas nos Estados
mais fortes, tais como São Paulo e Rio de Janeiro, enquanto outros Estados onde
os ciclos se tornaram decadentes, das regiões Norte e Nordeste, eles ficaram
muito atrasados.
A regra de ouro do
sistema capitalista é de que o capital vai instalar-se onde é maior a taxa de
lucro. Outras leis do capitalismo são as da concentração e centralização dos
capitais. A melhor explicação de como se formou o sistema capitalista é feita
por Karl Marx, em seu clássico livro “O Capital”. Enquanto as suas
interpretações são de um primor lógico, ao ponto do economista Antônio Delfim
Netto, de notoriedade comprovada, hoje com mais de 80 anos, sendo consultado
inclusive pelos governos do PT, que foi ministro da área econômica de dois
governos da ditadura militar, tendo sido também Embaixador na França, no
intervalo desses dois governos, ter declarado que leu os volumes de “O
Capital”, resumindo em muitas folhas de expressões matemáticas. Entretanto, as
suas previsões deram erradas.
A partir do século XX,
os governos começaram a adotar incentivos fiscais, financeiros e materiais para
as regiões em que queriam desenvolver. Isto aconteceu tanto ao nível federal,
estadual ou municipal. Cada unidade federativa passou a reivindicar incentivos
ao nível federal, estadual ou municipal. Cada unidade federativa passou a
incentivar a vinda de capitais para seus territórios e a pleitear benefícios da
União. Portanto, vem sendo travada guerra legal para serem obtidos incentivos
para o capital nas regiões do País.
Até o Estado mais rico,
São Paulo, onde tem ‘vocação’ para atrair capitais, protesta contra a
articulação dos Estados mais pobres. Dessa maneira, por exemplo, o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, ajuizou ações diretas de inconstitucionalidade,
dia 13, último, contestando incentivos fiscais propiciados há décadas por
Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Isto é o
capitalismo: luta de classes reveladas não somente pelos níveis diferenciais de
renda, mas também entre os Estados nacionais.
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