29/02/2012 - BALANÇO DE PAGAMENTOS


A Balança Comercial de 2011 apresentou exportações de US$256 bilhões, tendo crescimento de 26,8% em relação a 2010, bem como importações de US$226,5 bilhões, incremento de 24,5% no mesmo período, cujo saldo comercial com o exterior cravou superávit de US$29,7 bilhões. Em cerca de dez anos o saldo tem se mostrado positivo devido à elevação dos preços das matérias primas, tais como minérios, carnes, soja, dentre outros, cuja evolução se realizou de US$90 bilhões para US$122,5 bilhões, incremento de 36,1%, enquanto os semimanufaturados cresceram de US$107,8 bilhões para US$128,3 bilhões, aumento de 19,1%, assim como os manufaturados se elevaram de US$79,5 bilhões para US$92,3 bilhões, elevação de 16% no período em tela. Vê-se claramente que os benefícios maiores advêm do agronegócio, assim como o desempenho industrial não pode ser considerado medíocre ou de que estaria havendo avançada desindustrialização. As taxas das exportações em referência são muito boas. O que se pode identificar com certeza é uma reprimarização das exportações. Por outro lado, as importações cresceram também bastante, principalmente de bens de consumo.

A Balança de Serviços de 2011 é que o problema secular, sendo as deficiências de dois níveis: os serviços comuns, dos quais as carências são enormes, tais como seguros, fretes, turismo, cinema, dentre outros, com déficit de US$37,9 bilhões em 2011, assim como os serviços financeiros, tais como juros da dívida externa, remessas de lucros, dividendos, royalties, pagamento de tecnologias, apresentando déficit de US$47,3 bilhões.

Dessa forma, o Balanço de Transações Correntes, que é a soma das balanças de bens e serviços acima, apresentou um buraco de US$55,5 bilhões. A terceira balança de resultados de vários itens é a Balança de Capitais. Esta tem sido superavitária secularmente devido às altas taxas de juros praticadas pelo País, as maiores taxas reais de juros do mundo. Dessa maneira, ingressaram de forma líquida US$66,7 bilhões, os quais cobriram com sobra o buraco em conta corrente, sendo o saldo do Balanço de Pagamentos de US$11,2 bilhões.

Não é difícil entender que o Brasil é dependente de capitais internacionais, para fechar o balanço com o exterior. Por isso, não pode baixar as taxas de juros de forma civilizada. Também fica fácil de entender que os grandes problemas são o serviço da dívida (juros) e as remessas internacionais, além do turismo de nacionais. Para contornar tais pressões a saída será sempre exportar mais, fato que historicamente o País conseguiu com cenário externo favorável, quando desfavorável passou por vários apertos na sua história.

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