16/02/2012 - BANDIDO NA CASA DA MOEDA


Em 27 de janeiro de 2010, a reportagem da revista Isto é revelou como o presidente da Casa da Moeda, Luiz Fernando Denucci, operava offshores (empresas que recebem reais e transformam em dólares no Exterior, por remessas de diferentes motivos, depois os repatriam), acumulando patrimônio incompatível com seus rendimentos. No caso dele o escândalo envolveu mais de US$25 milhões, investigado em sigilo pela Receita Federal e a Polícia Federal, depois de ter sido denunciado pelo Ministério Público e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na semana passada ele foi demitido, após mais de um ano, beneficiado muito mais pela lentidão que caracteriza as investigações e os processos judiciais no País.

Os seus rendimentos oficiais, desde 2000, multiplicaram-se de forma incompatível com as suas contas bancárias, conforme rastreamento feito pela Polícia Federal. O STF lhe negou habeas corpus. Mesmo assim, o processo se arrastou. Os golpes do autor foram descobertos quando ele tentou internalizar cerca de R$1,8 milhão no Banco do Brasil, cujo dinheiro viria de uma offshore, cuja conta era mantida em um banco de Miami, nos Estados Unidos.

Na semana passada também foi revelado um documento datado de setembro passado, de um procurador do protagonista, cobrando reembolso de fundos devidos à Rhodes International Ventures e à filha de Luiz Fernando, Ana Gabriela, administradora da referida empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, reconhecida como paraíso fiscal.

Somente agora o Ministério da Fazenda abriu inquérito apurar detalhes das ações do personagem, quando foi demitido. A esse respeito a revista Isto é, desta semana, ironizou: “Ainda bem que ele foi demitido, do contrário, até a conclusão das investigações é possível que as máquinas da estatal não dessem conta de fabricar sua fortuna”.

A oposição, por sua vez, está procurando responsabilizar o ministro Guido Mantega, que demorou muito para abrir inquérito, dizendo que Luiz Fernando fora sua indicação. O ministro tem respondido que a indicação do presidente da Casa da Moeda foi feita pelo PTB. Guido agora com Fernando Bezerra, ministro da Integração Nacional e Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento completa o time de 10 ministros atingidos por denúncias do governo da presidente Dilma. Isto é, 25% do ministério está sobre fogo cerrado da oposição em pouco mais de um ano.

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