17/02/2012 - SAIA JUSTA DA PETROBRAS
A mudança da presidência da Petrobras tem suscitado muitas preocupações, visto que a estatal traz dentro de si a grande contradição: é empresa de mercado ou não é? Não é. A petrolífera é a maior empresa da América Latina e uma das maiores do mundo. Seu plano de negócios envolve investimentos de mais de US$220 bilhões até o final do governo da Dilma. Maria das Graças Foster assume a empresa em momento de pressão de preços do barril de petróleo, tanto ao nível interno como externo. Comenta-se que o presidente mais longevo, mais de sete anos, José Sérgio Gabrielli, saiu também porque queria reajustar os preços dos combustíveis. A Foster, depois de pegar duas marés, uma de alta, pela sua indicação; outra, de baixa, pelo lucro reduzido do trimestre, já fala de reajustar os preços dos combustíveis em momento oportuno. A quebra de braço é grande, devido às repercussões inflacionárias.
O preço do barril do petróleo define o sistema de preços internacional. A irradiação dessa matéria prima básica torna a vida dos cidadãos melhor ou pior. Portanto, o desejável é que ele esteja em níveis adequados. Mas, adequados para quem? Depois dos dois choques do petróleo na década de 1970, ele passou trinta anos na faixa adequada de 10 a 30 dólares. No século atual passou de trinta dólares. Em 2003, esteve em 32 dólares; em 2005, passou para 55 dólares; em 2008, atingiu marca recorde de 141 dólares. Atualmente se encontra em 117 dólares. O grande receio mundial é se o Irã, um dos maiores produtores e exportadores, entrar em guerra. No caso de acontecer isso, o preço irá para as nuvens e as conseqüências serão incomensuráveis. Por isso, a Petrobras tem lugar de destaque no Brasil. É maior, mais forte, de que qualquer ministério. As suas decisões mexem com a vida dos brasileiros.
A Petrobras tem sido a âncora de não permitir que a inflação volte aos níveis estratosféricos. Para tanto, seus preços são rigorosamente controlados ao nível da distribuição. Desde 2005, permanece por volta de R$1,51 o preço da gasolina. Mas, no abastecimento ultrapassa R$2,70. Ocorre isto devido aos custos de intercâmbio e manipulação do combustível. Na verdade, na revenda existe um oligopólio que transfere seus custos e mantêm sua margem de lucro.
As ações da Petrobras são as mais negociadas da bolsa de valores brasileira e tem grande negociação nas bolsas mundiais. Já valeram R$50,00. Hoje estão em R$24,00. Ora, nesta década, elas foram motivo de muita especulação. Talvez, aí, o preço da ação, esteja no nível adequado. Adequado para quem?
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