14/01/2012 - SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE


A pesquisa divulgada ontem, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) merece ser revisitada, visto que deve ser mais analisada. O modelo da citada pesquisa tem tido padrão amostral, usado pelos grandes órgãos de pesquisa de opinião, tais como o IBOPE, o SENSUS, a DATAFOLHA. Esta enquete da CNI ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios, de todas as regiões, entre os dias 16 a 20 de setembro. Tal resultado não é logo divulgado, em razão do tratamento estatístico que deve ter, mas principalmente pela oportunidade política. O que chama logo a atenção é a maioria de 96% serem radicalmente contra a criação de mais um imposto para a saúde ou de ressuscitar a CPMF. Contudo, 95% afirmaram que o segmento público de saúde precisa de muitos investimentos. Já 61% reprovaram o sistema público de saúde. Para 85% não houve melhorias nos últimos três anos. Houve piora do sistema referido, conforme 43%.

Os entrevistados demonstraram praticamente unanimidade de que existem recursos, até mesmo por força da cláusula pétrea constitucional, que obriga a sua dotação. O que eles têm convicção é de que o sistema público em tela é muito mal administrado e existem muitos desvios dos propósitos. Para eles, o governo federal obteria muito mais resultados se combatesse a corrupção, consoante 82% afirmaram. Todavia, 53% dos entrevistados apontam os desperdícios como causa do péssimo funcionamento. Apenas 18% consideraram o fato de que seria necessário transferir mais recursos para a citada área.

Quando em campanha, a presidente Dilma disse não proporia novo tributo para a área referida. Depois de eleita, contudo, disse que apoiaria uma iniciativa que partisse dos parlamentares para tal destinação. Oportunistas de plantão já fizeram projetos, mas a rejeição popular é grande e dificilmente levarão avante a empreitada.

É bom lembrar que recentemente a Controladoria Geral da União (CGU) divulgou que o maior número de demitidos por desvio de conduta estava na área da saúde. Porém, os desvios são antigos e parece não atingir a atual administração. Na verdade, a saúde tem que ter reforma peculiar, visto que é um dos maiores ministérios e aquele que tem maior orçamento. A esse respeito, não se aplica kanban, que ficou conhecido no ocidente como just in time, que em bom português quer dizer estoque zero. Mas se aplica a reengenharia. Também se aplica o planejamento estratégico. Este último é o mal que padece todas as áreas governamentais.

A propósito, correm muitas críticas com respeito ao tratamento do câncer do ex-presidente Lula, de que foi tratá-lo no melhor e mais caro hospital do País, quando tinha dito que a saúde pública no Brasil era quase perfeita, mas ele não quis experimentá-la. Ora, é a mesma máxima dos dominadores, que agora se repete: “façam o que digo, mas não façam o que faço”.

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