09/02/2012 - REVOLUÇÃO VERDE


Nos anos de 1960, as previsões diziam de que era preciso ocupar terras improdutivas. Visto que o problema da fome crescia em escala crescente. Apareciam duas soluções de mudança, a reforma agrária ou a revolução verde. A terceira alternativa seria continuar como estava. A reforma agrária fora o caminho trilhado por muitos países, onde os pequenos territórios seriam mais fáceis. No caso brasileiro era um trabalho hercúleo, sepultado, no caso socialista de ser, pelo golpe militar de 1964. Nos países ricos tinha ocorrida a chamada revolução verde desde os anos de 1950, mediante mecanização da agricultura, melhoramento genético de animais e vegetais. A partir de 1964, grande parte do território permaneceu como estava (Norte/Nordeste) e outra parte se modernizava (Sul/Sudeste/Centro Oeste). No entanto, ficou claro que a via verde do agronegócio seria o caminho trilhado por todas as regiões nos dias atuais. Hoje o Brasil tem 100 milhões de hectares sob cultivo e outros 70 milhões poderão ingressar nas próximas décadas.

O mundo tem 7 bilhões de habitantes em 2010. Cerca de 1 bilhão passa fome. A relação é de 1 para 6 pessoas. Em 1960 a relação era de 1 para 3. Ou seja, a tecnologia avançou muito, porém a população cresceu muito mais. A questão da fome, portanto, não é somente tecnológica. Por ironia, a maioria das pessoas que passam fome hoje é de pequenos agricultores. São pessoas que estão fora da cadeia produtiva, encontrando-se no nível de subsistência. A maioria deles está na China e na Índia, não obstante o progresso deles. Outro bolsão de miséria está na África. Outro bolsão de muito pobres está no Brasil.

No Brasil o agronegócio se agiganta. Por exemplo, o avanço da produtividade da soja saiu, em pelo menos 30 anos, de 1,8 tonelada para 4,7 toneladas por hectare. O País já é um dos principais países agrícolas do mundo. Porém, precisará de mais três décadas, pelo menos, para estar entre os três maiores. Seguramente, os outros dois serão a China e os Estados Unidos. Provavelmente, o Brasil nos próximos anos será o segundo. A China como maior produtor mundial nas próximas décadas precisa enfrentar enormes desafios. Milhões de produtores lá utilizam métodos arcaicos, o que reduz sobremaneira a produtividade. Portanto, o Brasil terá um grande desafio para realizar grandes investimentos e, quem sabe, em 2050, poderá atingir a liderança na produção agrícola, conforme vaticina importante órgão da agricultura britânica.

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