10/02/2012 - CRESCIMENTO RAZOÁVEL, PORÉM ESTÁVEL


O Fórum Econômico Mundial, que se realiza anualmente no final de janeiro, desde 1971, reúne os representantes dos países ricos e dos aspirantes a sê-lo. Nele são retirados grupos de estudos que produzem relatórios, fazendo recomendações para os destinos do mundo. Até 2007, as recomendações eram para consertar os países emergentes, chamando-os de inconseqüentes. No entanto, em cinco anos de crise, eles passaram a elogiá-los. Isto porque são os emergentes que estão puxando o crescimento mundial, garantindo a permanência do sistema capitalista, visto que os ricos estão no beco sem saída, em dois mergulhos de recessão. Do exposto, no referido Fórum o Brasil foi considerado como o terceiro país mais importante para tirar a economia do impasse de cinco anos, atrás somente da China e dos Estados Unidos, isto porque o Brasil reforça sua posição de crescimento razoável e com estabilidade.

Quatro indicadores positivos apontam nesse sentido. Primeiro, o PIB de 2011, ainda não divulgado, parece que se situará entre 2,7% a 3%. Para este ano, a perspectiva desponta em alta de 3,3% (mercados) a 4,5% (governo). Segundo, a inflação em baixa, visto que o IPCA anualizado bateu em 7,3%, mas fechou o ano em 6,5%. A projeção para a inflação em 2012 é de 5,3%. Terceiro, os juros estão em baixa. A SELIC está agora em 10,5%. O mercado financeiro acredita que chegará ao final do ano em 9,5%. Quarto, a taxa de desemprego no Brasil nunca foi tão baixa nas últimas décadas, situando-se em 6%. As projeções são de que ela não suba, que continue em 6% da população economicamente ativa.

Infelizmente, o governo não tenciona fazer a reforma educacional. Pelo contrário, no orçamento deste ano pressupõe-se um gasto de somente 2,7%, quando a presidente Dilma prometeu em campanha que não seria menos de 5% anuais. Parece que não quer aproveitar-se do bônus demográfico, única oportunidade histórica, mas com educação de qualidade. Evidentemente, não poderá fazer inovações e novos investimentos. O País precisa acordar para tal necessidade.

Alternativamente, uma idéia nada original, mas não cogitada, vem de Jim O’Neill, presidente da gestora de recursos do banco Goldman Sachs, um dos maiores do mundo, o qual (Jim) previu em 2001 o surgimento do acróstico BRIC. Brasil, Rússia, Índia, China. Os maiores emergentes. Dessa forma, ele acredita que o Brasil, no máximo, crescerá 5% ano, pelo PIB potencial (teoria que sustenta a política econômica governamental). Para crescer a 10% ao ano, como seria desejável pela nação brasileira, o Brasil poderia ter uma política de imigração que atraísse dezenas de milhões de imigrantes. Ele não diz de que tipo. Porém, sem dúvida, aqueles que possuíssem origem inovadora ou revolucionária. Isto já aconteceu nos séculos XIX e XX, em direção a São Paulo.

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