18/02/2012 - ECONOMIA É MATERIAL


Sem dúvida, a ciência econômica é materialista, não obstante os seus agregados não passam de abstrações. Existem inúmeros exemplos. Você paga com dinheiro e recebe um bem ou serviço. Você trabalha e recebe dinheiro como salário. Entretanto, a riqueza de um país, o Produto Interno Bruto (PIB) é uma idéia subestimada do que alguma nação produz em conjunto. Não se mede o auto-consumo; não se mede o trabalho de empregada doméstica; dentre outros exemplos. Mais difícil ainda é acreditar na renda per capita. Na renda por habitante. Contudo, tornou-se imprescindível escolher o PIB como a maior referência de riqueza, que é o que todo mundo quer, ser rico, ser importante. As estatísticas são as senhoras da “verdade”. Um dos maiores gênios da humanidade, Leonardo da Vincci, disse que “a pesquisa nunca nos engana”. Assim, começa-se uma aula.

Senso crítico, bom senso, lugar comum, lógica, a ciência econômica quase assim se apresenta. No entanto, ela é usada para mentir. Manter o poder de incompetentes. De esconder as reais situações. Emblemático, um dos tons mais fortes disso pode ser representado pela visita do presidente Emílio Garrastazu Médici, em 1970, no Nordeste, capa da revista Veja, em cara inteira. Ele chorou. Disse: “a economia vai bem, o povo vai mal”, perante a seca de então.

O propósito de hoje é mostrar a mentira da estatística de que o Brasil é a sexta economia do mundo. Ainda que se reconheça que o melhor indicador para medir a vida, é o de qualidade, conforme é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado há mais de três décadas pela ONU, situando o Brasil em 71º lugar. Este IDH é bem melhor do que tudo que se inventou ao nível de pesquisa mundial.

Por que é mentira? Ora, porque a moeda real está muito valorizada. O PIB é calculado em termos de poder de compra. Isto é, em linguagem comum em uma cesta de produtos comprada em qualquer lugar do mundo, em termos abstratos. Os imperialistas desenvolveram até o “índice big Mac”, o de que quanto custa o sanduíche no mundo. Aqui é dos lugares mais caros. Portanto, calcular o PIB em reais e transformar em dólares é esparro (linguajar tipicamente baiano, para dizer que me deslize).

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