21/02/2012 - PROJETO NACIONAL
Um dos assuntos mais polêmicos visto ontem aqui e recorrente em vários dias de exame neste blog, é a questão do planejamento nacional, que foi abandonado desde que os choques do petróleo de 1973 e 1979 colocaram o Brasil em três décadas de recessão, assunto que até hoje não foi superado, visto que, desde 2005 o Brasil alcançou taxas por volta de 5% ao ano. Porém, em 2009 recuou para – 0,6%. Em 2010, cravou a recuperação com base que lhe permitiu alcançar crescimento de 7,5% do PIB. Quando se pensava que o Brasil cresceria a mais de 5% anuais, eis que voltou para menos de 3%. Algo que será divulgado ainda em março. Pode até vir em 3,2%, dado que a estatística divulgada do IBGE permite fazer correção. Aconteceu assim coma inflação pelo IPCA que atingiu 6,5%, justamente dentro da meta de 4,5%, com viés de alta de 2%. Dessa forma, cresce dentro dos empresários e da esquerda o sentimento de elaborar um Projeto Nacional. Muda-se de nome de Plano para Projeto, soando como algo novo, até porque somente houve planos nacionais. Foram 7 planos de desenvolvimento, de 1949 a 1979. Plano Salte, de Metas, Paeg, PED, I PND, II PND, III PND. Mais 8 programas de estabilização embora chamados de planos nos anos de 1980/1990, Plano Cruzado, Cruzado II, Bresser, Verão, Collor, Collor II e Real.
Em artigo da revista Veja, datada de 25-01-2012, Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda do governo de José Sarney, justamente ele que fez o Plano Verão destaca em seu artigo chamado Projeto Nacional que “Restabelecer o ‘projeto nacional’ seria não apenas um retrocesso. Implicaria ressuscitar mecanismos do período autoritário, o que é flagrantemente inconveniente, além de inviável”. Conclui seu artigo: “Há que encerrar a velha idéia de ‘projeto nacional’. Caberia em pensar em outro ‘projeto’, o de mobilizar a sociedade para vencer, no máximo em uma geração, o desafio da melhoria da qualidade da educação. Vencer o atraso implicará treinar professores e remunerá-los pelo critério de desempenho, adotar a prática de horário integral nas escolas, ampliar a pré-escola e assim por diante. Todos ganhariam e não apenas os beneficiados pelos favores da intervenção estatal”.
Referido ministro não teve sucesso com seu plano econômico, trazendo severas perdas para os trabalhadores, para o FGTS, para a caderneta de poupança, além de entregar o País com uma hiperinflação, acima de 1.000% ao ano. As idéias dele para a educação brasileira estão corretas. No entanto, como realizá-las sem um planejamento nacional efetivo?
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