26/02/2012 - MULTIPLICADOR DE DEPÓSITOS


Na teoria econômica o multiplicador dos depósitos bancários é o inverso da taxa de retenção feita pelos bancos centrais. Referida retenção é chamada de depósitos compulsórios feitos pelos bancos em geral no banco central. O banco central é o xerife dos bancos porque ele sabe que os bancos têm o poder de criar moedas, na medida em que emprestam e os tomadores de crédito, que depositam em outros bancos, que, por sua vez, emprestam a outros tomadores. E, assim, por diante. No limite da retenção ser um inteiro, o multiplicador seria também um. No outro limite de não haver retenção (ser zero), o multiplicador seria infinito. Claro que referidos limites são teóricos. O banco central também pode ser emissor de moeda, caixa do governo, juiz e controlador do sistema financeiro.

Observando o sistema bancário brasileiro, a revista Exame, datada de 22-02-2012, faz o mapa do dinheiro nacional, na sua coluna Grandes Números. Ao apresentar estatísticas de novembro de 2011, cujo valor consolidado dos saldos dos depósitos em caderneta de poupança, dos depósitos à vista e dos depósitos a prazo é de aproximadamente R$1,4 trilhão, estes correspondem a um terço do PIB brasileiro. Por esses números se vê que 1 real de depósito em geral serve pelo menos para representar 3 reais da produção bruta.

Já a distribuição dos depósitos bancários por Estado mostra que de cada 100 reais, 44 reais estavam em São Paulo. É enorme, portanto a concentração da riqueza brasileira naquele Estado. Por sua vez, a distribuição pelos dez maiores municípios, em bilhões de reais, São Paulo movimentava 400 bilhões em dinheiro, em novembro de 2011; Rio de Janeiro, 122; Brasília, 76; Curitiba, 50; Belo Horizonte, 47; Porto Alegre, 41; Fortaleza, 27; Salvador, 21; Recife, 20; Osasco, 16 bilhões. Somente a cidade de São Paulo detém 29% do dinheiro total do País. A explicação de Brasília como terceiro demonstra que lá se encontram as sedes dos órgãos públicos federais. A quarta colocação de Curitiba se deve muito à movimentação do agronegócio. Mas, não é surpreendente que Osasco ocupe o 10º lugar, visto que lá é a sede do Banco Bradesco. O quer parece também surpreendente é Fortaleza estar à frente de Salvador. Porém, isso se deve à localização do Banco do Nordeste.

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