30-01-2018 - CRISE NÃO MELHOROU TAXA DE POUPANÇA FAMILIAR




Era de esperar-se que, na medida em que a confiança do consumidor recuou, de que o investimento também recuou e veio forte recessão, de 2014-2016, a taxa de poupança das famílias aumentasse. Mas o SPC-Brasil pesquisou entre os tomadores de crédito e chegou à conclusão que a crise não ensinou nada financeiramente ao brasileiro. Ou seja, 8 em cada 10 consumidores não conseguiram fechar as contas somente com o orçamento. Na verdade, no rol pesquisado, os consumidores têm poupança negativa, não só porque recorrem ao crédito como muitos ficam inadimplentes. Era também de esperar-se que houvesse comedimento na tomada de crédito devido aos juros altos. Mas, não. Continuam as famílias recorrendo principalmente ao cartão de crédito, carecendo de educação financeira. “O hábito faz o monge”, conforme ditado popular. Na verdade, querer que o consumidor seja racional só na teoria econômica pura. No livro “Rápido e devagar. Duas formas de pensar”, o prêmio Nobel de Economia, Daniel Kannemann, demonstra, de várias pesquisas que realizou que o comportamento do consumidor fugia ao racional. Vale dizer, existem muitos vieses pelos quais ele se encontra.

A pesquisa do SPC-Brasil identificou que 40% dos brasileiros mudaram hábitos de consumo, na cesta que lhe é própria, procurando mais baratos. Entretanto, no global continua consumindo bastante e acima do seu orçamento. O estudo mostrou que 32% tomaram empréstimos para rolar dívidas. Cerca de 59% demonstraram dificuldades em fazer o controle do orçamento. A maioria deles disse que “faz conta de cabeça”. Na verdade, não têm educação financeira.

A conclusão do trabalho é de que seria importante colocar a criança na escola, para aprender educação financeira, porque poderá ensinar aos pais ou porque mudará de comportamento quando for adulta.

Por seu turno, a Associação de Educação Financeira do Brasil informou que, em pesquisa com beneficiários do Programa Bolsa Família, as mulheres que passaram pelo seu programa de ensino guardam mais dinheiro. O curso também foi extensivo a segmentos da baixa renda. Enfim, trata-se de iniciativa para elevar a poupança (ou diminuir a despoupança), visando canalizar os recursos para o incremento do investimento tão necessário para o desenvolvimento do País.

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