06/01/2018 - RECUPERAÇÃO LENTA DA INDÚSTRIA
A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, divulgada ontem, mostra
que a indústria brasileira surpreendeu positivamente em novembro. Apesar das
expectativas por um desempenho fraco, a indústria teve ligeira alta de 0,2%, em
relação a outubro. Faltando um mês para divulgação do resultado final de 2017,
o IBGE confirma que o setor industrial interrompeu a sequência de três anos
seguidos de perdas, quando encolheu no período trianual 16,7%. De janeiro a
novembro a produção manufatureira cresceu 2,3%. O cenário é de recuperação
lenta e gradual, mas houve segmentos que fecharam 2017 com a produção subindo
25%, em comparação com 2016, como foi o caso da indústria automobilística,
segundo a ANFAVEA.
Técnicos do setor anteveem aceleração no ritmo de recuperação
das fábricas em 2018. Entre janeiro a novembro, a produção industrial
brasileira recuou em apenas dois meses. Em – 1,9% em março. Em – 0,6% em
agosto. A alta de novembro mostra tendência de recuperação. Repetindo, embora
lenta, mas gradual.
Ainda ontem se deu o 10º pregão consecutivo com alta na Bolsa
de Valores de São Paulo. Nesta primeira semana do ano, encerrada ontem, o
principal indicador de desempenho das ações negociadas na referida bolsa bateu recorde
em todos os dias de pregão. O que se pode deduzir do escrito é que a bolsa de valores
está sinalizando para um crescimento mais forte. O pico de maio de 2008 fora de
73 mil pontos. Levou cerca de dez anos para ultrapassá-lo. Agora está em 79 mil
pontos.
Por outro lado a caderneta de poupança teve os depósitos
voltando a superar os saques após dois anos. Mesmo com rendimento baixo, a
poupança, atraindo cidadãos, mostra que o investimento poderá também subir. O
consumo das famílias já está crescendo e associado ao consumo pode permitir
melhor número de crescimento.
Nas palavras do professor titular, antropólogo da UFBA, Luiz
Mott, no jornal A Tarde de hoje: “Temer foi a dolorida, mas certeira benzetacil
que o PT deixou como herança maldita após oito anos de governo exitoso de Lula
e os seis anos desastrosos da presidenta incompetente. Temer está corrigindo os
malfeitos de Dilma: estancou a recessão econômica, controlou a inflação de 11%
para 3% ao ano, o risco Brasil caiu, a taxa SELIC baixou pela metade, aumentou
o PIB, aprovou a PEC limitando o teto dos gastos públicos, os juros caíram,
recuperou a Petrobras, o desmatamento da Amazônia caiu 16%, zerou a fila de
acesso à bolsa família. Mais: o Brasil teve superávit comercial recorde de 67
bilhões e super safra da agricultura, como ‘nunca antes na história deste país’.
As vendas neste Natal foram as maiores dos últimos quatro anos”. Na verdade,
Temer fez bem menos do que deveria ter feito devido às suas limitações
políticas. Mas, o professor deixou de citar a reforma trabalhista e o
encaminhamento da reforma da Previdência. Tampouco, de que Temer tem sido
incapaz de reduzir o déficit primário e continua governando, correndo atrás
dele. Ademais, fez concessões aos parlamentares com respectivas emendas, que
nenhum outro ousou fazer. A cartilha dele tem sido a da oração de São
Francisco: “é dando que se recebe”. Assim, este é o fator de que o seu “êxito”
é bem pequeno na economia, até agora. No ano passado, aguarda-se a divulgação
de incremento por volta de 1% do PIB, muito embora as expectativas para 2018
sejam boas. Porém, aí ele se retirará do governo e um novo presidente terá de
colocar a economia para obter bom desempenho.
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