04/01/2018 - INDICADORES SOCIAIS DO IBGE
A publicação anual Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE
2017 informa que 25,4% dos brasileiros estavam no ano passado, na linha da
pobreza, contingente de 52 milhões, cujo rendimento médio foi de R$387,00 ou de
US$5.50 por dia. Na pobreza extrema estavam 6,5% da população, ou seja, 13,4
milhões, cujo rendimento era de até R$133,72 ou de US$1,90 por dia. Ou seja, no
Brasil todo eram 32% da população de pobres e em situação de miserabilidade. A
região que tem a renda mais concentrada é o Nordeste, 43,5% estavam na linha de
pobreza e 7,9% na linha da pobreza extrema. Isto é, mais da metade da
população. No Norte, 43,1% na linha da pobreza e 6,2% na pobreza extrema. A
média brasileira é de 4,2% da pobreza extrema.
A situação calamitosa no qual o governo se envolveu, a partir
de 2014, fez os indicadores sociais regredirem, naquilo que foi alcançado na
década passada. Provavelmente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA) divulgará um estudo mais reunido de dados sobre os reflexos da forte
recessão de quase três anos consecutivos. O fato é que, depois de 16 anos
anteriores, de 1998 a 2013, também consecutivos, de superávits primários, o
País, desde 2014, está ingressando no quinto ano de déficits primários. Em 2014
de – R$20,5 bilhões; em 2015, de - R$116,6 bilhões; em 2016 de – 159,5 bilhões;
em 2017 de – R$129 bilhões; em 2018 de – R$159 bilhões (previsão). Um total de
R$564,1 bilhões (estimativa). Número este que ultrapassa o aporte de R$500
bilhões que o governo da ex-presidente Dilma Rousseff aportou ao BNDES, para
financiar gigantes empresas “campeãs nacionais”, que receberam fortes subsídios
e praticaram ondas imensas de corrupção, tais como as 29 empreiteiras,
lideradas pela Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão, dentre outras
e o grupo JBS.
No aperto financeiro pelo que vem passando, União, Estados e
municípios, o cinto apertou, a pobreza se elevou, o desemprego passou de 6,2%
em 2013 para mais do que o dobro, em 2017, caindo no final do ano para cerca de
12%. O ajuste fiscal continua e, no início deste ano, o governo federal
adiantou que irá cortar R$20 bilhões de gastos livres, que não são cláusulas
pétreas da Constituição, tais como recursos para a saúde e para educação,
atingindo obras públicas e outras despesas sociais. Portanto, pouco exercerá o
governo central de efeito multiplicador na economia e, em decorrência também da
falta de infraestrutura, os investimentos privados não aceleraram neste ano,
conforme é a maioria das previsões. Claro, o ano está melhor do que há quatro
anos. Porém, somente o País retornará ao padrão de renda média de 2013, dez
anos depois. Este é preço dos equívocos cometidos principalmente de 2011 a
2014.
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